Mil e uma modalidades de judo em casa
©JM | 16 de maio 2020
Rapidamente clubes, treinadores e atletas reagiram. O COVID-19 entrou de rompante na vida dos portugueses, sem avido prévio no início de março, a Federação Portuguesa de Judo comunicou as suas instruções em conformidade com o as orientações das autoridades públicas nacionais e a reação global foi de unanimidade: não vamos ficar à espera que isto passe. E o judo em casa emergiu do nada, com enorme pujança e criatividade, como se tivesse sido planeado com meses de antecedência.
Esta nova realidade levou-nos a programar uma ronda pelas diversas modalidades que foram sendo implementadas nos diversos clubes e nas várias regiões do país, sendo que a invariável de base é a realização de actividades em casa com uma orientação realizada a distância que é seguida pelos praticantes no seu domicílio através de computador, tablet ou telemóvel.
A ilustração desta dinâmica nacional que envolve milhares de judocas e em muitos casos alguns dos seus familiares poderá ser desagregada em diversos pontos que poderão fornecer ima imagem de diversidade e de criatividade em relação ao que está a acontecer.
Para o efeito a organização desta informação poderá ser realizada em torno das respostas às seguintes interrogações:
- Como foi realizada a transição entre o judo presencial e o judo em casa, em termos de informação aos atletas sobre a nova modalidade de encontro e de treino?
- Os objetivos foram principalmente de manutenção de forma física e de ligação entre os membros do clube ou também estiveram presentes objetivos de revisão e de progressão, prevendo a sua realização por outras vias?
- Como foi planeada a primeira sessão. Que alternativas se colocaram para transmitir as atividades a distância, que critérios foram seguidos para fazer o plano da sessão e como foram ponderadas as actividades atendendo à ausência de tatamis nas casas dos atletas?.
- Qual foi a estrutura base adoptada para a ocupação do tempo e qual foi a previsão de duração da sessão?
- Que tipo de indumentária foi aconselhada ou até determinada para a participação na sessão?
- Que tipo de aconselhamento foi dado para o espaço a ser utilizado durante a sessão e como foram tratadas as questões de segurança?
- Que logística e que equipamentos foram mobilizados nas sessões?
- Como foram superadas as dificuldades na animação da sessão que é condicionada pela transmissão através de uma câmera?
- No plano mais criativo podem ser sinalizadas abordagens menos convencionais que no essencial mantêm a base da sessão realizada em situação presencial ?
- A participação de familiares e amigos nas sessões, cuja presença em casa era compatível com um confinamento rigoroso, foi espontânea e voluntária ou organizada e prevista no plano da sessão?
- Foram dinamizadas outras atividades de “Judo em Casa” para além das sessões de treino baseadas na modalidade?
- Existe algum mecanismo organizador do feedback das atividades que facilitem processos de avaliação, auto-avaliação e ajustamentos ao planificado?
Com este guião em construção podemos ir à procura de exemplos e de casos particularmente interessantes que numa avaliação posterior poderão ser capitalizadas como boas práticas a serem disseminadas de uma forma ampla e visando o enriquecimento técnico e relacional da própria modalidade.
Resumindo em palavras-chave os 10 pontos assinalados:
A – Informação da transição
B – Objetivos das sessões de treino
C – Critérios e Pressupostos para a sua organização
D – Plano-base da sessão
E – Indumentária – equipamento desportivo
F – Os espaços e a segurança
G – Logística adicional e outros equipamentos
H – Plano de filmagem
I – Criatividade e estilo de sessões
J – Formas de participação alargada
K – Outras atividades não-treino
L – Feedback, avaliação e auto-avaliação.