Retiraram-nos algo insubstituível
@ Judo magazine | 11 julho 2020 | BILHETE POSTAL | A voz dos mais jovens no judo | Ana Celina da Madeira
As nossas vidas foram interrompidas pela chegada de um vírus invasivo. Devido a isso, desregulámos horários e paralisámos os nossos hábitos sendo obrigados a uma rápida adaptação à nova realidade. As idas aos treinos de judo eram uma realidade vivida como garantida, isto é, era uma atividade obrigatória nos meus afazeres semanais. Porém, todo o mundo foi surpreendido por uma crise que punha em causa a saúde pública e, por esse motivo, o judo foi suspenso por tempo indeterminado.
Para mim, os treinos de judo são bastante terapêuticos para o corpo e mente. O facto de aliviar as pressões diárias existentes através do apoio dos amigos, dos exercícios físicos e, até, do ambiente envolvente no “dojo” é algo insubstituível que nos foi retirado numa velocidade absurda.
A importância do banal
Assim sendo, tivemos de reestruturar o nosso dia de forma a conseguirmos manter a atividade necessária ao nosso corpo. Os meses passaram e quando, finalmente, pudemos regressar à rotina e normalizar, o mais possível, a nossa vida começámos a entender a importância do que, anteriormente, parecia algo tão banal, os treinos de judo.
Resgatar o companheirismo
O regresso ao judo foi feito com muita precaução e cuidado apostando, intensamente, na segurança e saúde dos atletas. A par disto, a meu ver, a retoma foi bastante positiva. Todos tentámos tornar o espaço e os treinos confortáveis à situação em que vivemos, conseguimos continuar a aperfeiçoar a nossa técnica neste desporto com o apoio de novos instrumentos e resgatámos os laços de união e companheirismo tão importantes para o nosso crescimento.
Ana Celina Vale, cinto azul/2kyu do Clube Judo Brava. Com 8 anos de judo, natural da Ribeira Brava, Madeira.