Renato escalabitano
@ JUDO Magazine | A VOZ das distritais | AJD Santarém | Editado JM
A Associação de Judo do Distrito de Santarém comunica, e bem. Recentemente promoveu webinars de formação e de debate que envolveram inúmeros protagonistas da modalidade. Por aqui, em terras onde manda o Tejo, valoriza-se a voz dos outros. Todos sabemos que Renato Santos Kobayashi tem uma geografia de atuação muito ampla e diversificada mas a sua ligação a Santarém não é ocasional. Ela está amarrada a compromissos e, a AJDS quis ouvir de viva voz o que lhe vai na alma. A JUDO Magazine, que tem intenções de dar VOZ às associações distritais, reproduz aqui a entrevista que aquela estrutura distrital divulgou recentemente nos seus meios de comunicação. @ CR | JUDO Magazine
“Já realizei vários sonhos, mas ainda falta muito e por isso trabalho diariamente para atingir outros patamares que estou certo vão contribuir para mais e melhor judo em Portugal.”
Renato Santos Kobayashi (RSK) – Turma dos Judokinhas, clube associado da AJDS. Atleta e treinador olímpico, mestre e responsável técnico da Escola de Judo “A Turma dos Judokinhas”, Clube de Judo de Torres Novas, Clube de Judo Sport União Sintrense e Colégio Militar, colaborador do Departamento de Educação Olímpica e Presidente do Centro Cultural Kobayashi, membro do Conselho Técnico da AJDSantarém.
Foi eleito para o Conselho Consultivo Regional de Lisboa e Vale do Tejo do IPDJ – Instituto Português Desporto e da Juventude, após ter sido indicado pela Associação de Judo do Distrito de Santarém (AJDS) como candidato para este efeito.
Foi também recentemente eleito para Delegado dos Clubes da Associação de Judo do Distrito de Santarém à Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Judo.
Falámos com Renato
A AJDS – Associação de Judo do Distrito de Santarém fez com ele uma viagem no tempo, roubámos memórias por breves instantes e invadimos o coração do Mestre, uma das maiores figuras do Judo nacional.
AJDS – De onde vem essa paixão pelo Judo?
RSK – Desde novo com cerca de 8 anos por influência da minha mãe e do meu pai.
O judo e os valores
AJDS – Na sua opinião, como é que o Judo contribui para a formação cívica dos nossos jovens?
RSK – Judo é uma arte de enorme valor educacional quando ensinada segundo os Valores do nosso Código Moral e mantendo a sua tradição.
AJDS – É filho do Mestre Kiyoshi Kobayashi, considerado o pai do Judo em Portugal. Que memórias guarda do seu Pai e do Judo com ele?
RSK – Do meu Pai guardo o exemplo que sempre me orientou para a prática do Judo com Valores. Como Pai tive sempre presente que os compromissos e a palavra dada são para ser honrados, na altura certa ou combinada.
A modalidade e as instituições
AJDS eleito para o Conselho Consultivo Regional de Lisboa e Vale do Tejo do IPDJ (Instituto Português do Desporto e da Juventude) com 77% dos votos. Neste Conselho, também representa todas as Associações Distritais e Desportivas (clubes) do Desporto Federado de Lisboa e Vale do Tejo. Qual o seu compromisso?
RSK – No atual momento que vivemos, as Associações Distritais e os Clubes na sua maioria estão a sobreviver com imensas dificuldades, pelo que é preciso ouvir e propor alterações ao atual modo de financiamento e funcionamento dos clubes para podermos salvar a formação desportiva e preparar o futuro.
AJDS – Recentemente, também foi eleito para Delegado dos Clubes da Associação de Judo do Distrito de Santarém à Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Judo. Como vê esta função?
RSK – Tenho cerca de 12 anos de experiência em Assembleias Gerais da FPJ e será bom voltar num momento em que precisamos de nos reinventar e juntos repensarmos o atual modelo de desenvolvimento do Judo, e a AG é de facto o melhor palco para construir os novos e futuros alicerces da modalidade.
A progressão e o potencial do judo
AJDS – O Judo tem vindo a ganhar algum relevo no panorama nacional. Considera que ainda existe muito para conquistar?
RSK – Acredito que sim, mas temos de continuar a inovar e a criar as condições para que os atuais e os futuros judocas encontrem um ambiente com as condições o mais ideais possível para estabelecer os objetivos e conquistar.
AJDS – Como vê o Judo no distrito de Santarém e o papel da AJDS?
RSK – A AJD Santarém é a associação distrital que mais cresceu a sua demografia no último ano e ocupa já o terceiro lugar no ranking nacional.
Tem um potencial de crescimento enorme pelo território que tem, por ser liderada por um Presidente com muita experiência e conhecimento da modalidade, tem também vários elementos técnicos de elevado nível, mas precisa de criar mais professores de judo e mais clubes de judo para termos pelo menos um a dois clubes por concelho. Preparar o futuro com mais e melhor formação ao nível dos treinadores, árbitros, staff (marcadores e cronometristas) e dirigentes desportivos, através do Instituto de Formação da AJDS.
A valorização de um projeto
AJDS – A Turma dos Judokinhas já foi distinguida por 2 vezes com a Bandeira da Ética (implementada e operacionalizada pelo IPDJ através do Plano Nacional de Ética no Desporto –PNED). Como vê esta distinção e a sua importância no panorama desportivo?
RSK – Fomos distinguidos 2 vezes com a Bandeira da Ética, o que nos obrigou a organizar e mostrar as evidências, o que faz toda a diferença dizer que fazemos e fazer demonstrando e registando as ações realizadas no âmbito da Ética Desportiva, pois sem Ética não existe um desporto saudável.
AJDS – Para além das Bandeiras da Ética, conquistou no ano passado um prémio BPI La Caixa e outro do PRID (Programa de Reabilitação de Instalações Desportivas, do IPDJ). Em que consistem estes projetos?
RSK – Estes projetos a título de resumo, são ações que nos permitem ajudar quem precisa!
Em primeiro lugar o trabalho diário é inserido numa Equipa fantástica onde cada um contribui com a sua parte o projeto, onde os patrocinadores, as autarquias são uns parceiros fundamentais, por vezes os parceiros querem ajudar, só não sabem como e por isso é fundamental haver um Projeto sustentado que compromete ambas as partes na sua Missão.
AJDS – A Igualdade de Oportunidades e o Desporto Adaptado têm vindo a evoluir. Acha que no desporto poderemos vir a ter espaço para todos nos próximos anos?
RSK – Sem dúvida, igualdade na vida como no desporto é o futuro, mas ainda existe muito trabalho pela frente.
Percurso e futuro
AJDS – Se não tivesse tido este percurso, o que acha que poderia ter sido? Que outro trabalho acha que teria tido?
RSK – Na minha vida tive várias tarefas e funções e em quase todas elas teria tido um futuro assegurado, mas decidi nos últimos 12 anos dedicar me ao judo e seguir a minha paixão.
Já realizei vários sonhos, mas ainda falta muito e por isso trabalho diariamente para atingir outros patamares que estou certo vão contribuir para mais e melhor Judo em Portugal.
Dentro do Judo já participei em muitos teatros, desde atleta nacional e internacional, treinador de clube e internacional, árbitro associativo, dirigente Associativo e Federativo.
No futuro vou continuar focado nos nossos novos projetos, tais como a criação de uma equipa de atletas de Esperanças Olímpicas para Paris 2024, onde já contamos com um lote de atletas fantásticos e com uma equipa técnica de excelência, onde eu e a Filipa Cavalleri somos o rosto de todos os nossos colegas!
“Juntos Somos Mais Fortes e Venceremos”
© foto cedida por Renato Santos Kobayashi