ALMA JUDOCA | Violetas no tatami

JM | 24 setembro 2020 | E se articulássemos num mesmo quadro pintado pelo Nuno Lopes, que no primeiro ALMA JUDOCA nos relacionou pintura com judo, os Concertos para Violeta e Orquestra de Joly Braga Santos, o Cão dos Ornato Violeta e o Hugo Diogo de violeta no tatami, certamente que teríamos uma demonstração inequívoca que judo e criatividade são duas faces da mesma moeda, neste caso em tons de violeta. O Hugo, neste segundo Alma Judoca, leva-nos pela mão, a um ritmo alucinante, para percursos do quotidiano que aparentam ser temporalmente impossíveis. Mas nós aceitamos acompanhá-lo e também colocamos a violeta às costas, nem que seja só para a transportar.

Por Hugo Diogo

Intitula-se músico e professor de música, Hugo Diogo violetista de profissão e professor no Conservatório de Música de Aveiro, solista em diversos concertos e convidado por várias orquestras para chefiar o naipe, divide a sua paixão com o desporto, neste caso o Judo. Sim, judo!

Um dia de cada vez, e de preferência com toda a alma e dedicação! Sempre foi o seu lema, ensinado pelos seus professores, mestres e colegas de trabalho, procurando superar todos os desafios: uma passagem musical, um concerto de alunos na escola, o trabalho individual e no final do dia, uma combinação ou encadeamento aprendido ou otimizado no treino.

Hoje: entre aulas encaixa o estudo e preparação das mesmas, de quando em vez trabalha para se preparar para um concerto ou recital e no final do dia de viola às costas e Judogi vestido, pede permissão ao mestre para entrar no Tatami.

Música, hóquei em patins e judo

Começou tudo cedo, com música e hóquei em patins (guarda redes) e claro a escola. Dividido, tudo bem dividido, sobrava pouco para paixões. Essas vinham das vitórias no ringue e nos concertos.

Aos 18 anos, a convite de um familiar, descobre o Judo, via da suavidade: equilíbrio, respeito, sabedoria e acima de tudo tradição. Um desporto que desde logo lhe criou desafios, dores e tormentas, assim como pequenas vitórias. Aos poucos o desafio tornou-se num vício, no Porto, em Aveiro ou em Lisboa, tinha de treinar. Clubes como Beira Mar, Sport Algés e Dafundo, Escola de Nuno Delgado e claro o seu clube de coração Clube de Judo 82.

A lesão como risco

De aprendiz a professor e de cinto branco a 3º Dan, foi tudo num instante. Apoiado pelos seus mestres, colegas e família, tudo se foi superando, até mesmo o medo de não conseguir tocar no concerto do dia seguinte por se ter aleijado no treino da noite (que aconteceu).

Hugo Diogo não quis convencer, mas conquistar com trabalho, dedicação e esforço o seu espaço na música e no judo. Hoje procura ensinar a essência e a elegância das artes musicais e marciais.

Obrigado Mestres Rute Meireles, Guedes Vaz, Alexandre Vieira, Rui Domingues e Pedro Cristóvão, Miguel Santos, Augusto Almeida e Ricardo Amaral.

Hugo Diogo

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