TEL AVIV | O combate de Catarina
JUDO MAGAZINE | 18 de fevereiro 2021 | Grand Slam de Tel Aviv
Ainda pode haver história para contar, Catarina Costa vai disputar a medalha de bronze no bloco das finais de Tel Aviv tendo por opositora a espanhola Julia Figueroa.
Importa no entanto e desde já salientar a confrontação entre a atleta portuguesa e Bilodid, a ucraniana de 20 anos que marca a categoria de -48kg pelo seu poder de concentração e ascendente físico sobre as adversárias.
Catarina tem experiência e usa-a de forma hábil nos momentos críticos. Percebeu-se que não se deixaria dominar pela ucraniana que recorre a uma pega forte, por cima e é explosiva no ataque. A condução do combate pela atleta de Coimbra foi meticulosa e persistente atendendo às naturais dificuldades em ganhar ascendente com seoi-nage face uma adversária alta e fisicamente dominadora. Para levar a água aos seu moinho Catarina precisava de um deslize, de um momento de menor concentração de Bilodid. Quase que aconteceu, com uma situação de ko-uchi-gari e o sinal foi inspirador.
Aconteceu então a confusão na arbitragem, a atribuição indevida de uma terceira penalização a Catarina e a espera, longa, demasiado longa, por uma anulação reparadora e o recomeço do combate. Mas claro, a sequência de interações deixou de ser a mesma e a atleta portuguesa acabou por ser derrotada com uma projeção seguida de imobilização.
Um combate recheado de pequenos pormenores técnicos que valorizam as duas judocas e a própria modalidade.
Os restantes atletas da seleção nacional tiveram, na sua maioria, desempenhos qualificados e particularmente combativos com destaque para Wilsa Gomes que disputou na repescagem o acesso ao combate para 3º lugar, tendo perdido para a polaca Kowlczyk e João Crisóstomo, Joana Diogo e Maria Siderot que venceram, cada um deles, um combate no percurso das eliminatórias.
Foto destaque © IJF Feliciantonio Emanuele