LISBOA 2021 | Entre les deux, mon coeur balance
JUDO MAGAZINE | ENTREVISTA – Stéphane Nomis, presidente da Federação Francesa de Judo
Com os Campeonatos Europeus de Judo à porta falámos com o presidente da Federação Francesa de Judo, Stéphane Nomis, logo pela manhã e rapidamente constatámos que é um dirigente acessível, sem grandes rodeios na conversa e com entusiasmo nas palavras.
Antecipar um pouco o que poderá vir do lado tricolor bleu-blanc-rouge é de alguma forma querer perceber o que irá acontecer nos próximos tempos na modalidade já que os gauleses são uma potência central do judo mundial.
Judo Magazine (JM) – A FFJ sente que estão reunidas as condições de segurança para esta prova sabendo que em Tiblissi houve necessidade de retirar as seleções francesas da competição?
Stéphane Nomis (SN) – É difícil atingir o nível zero de risco quando falamos de segurança sanitária e de proteção. Todos sabemos que a situação é complicada. Mas o protocolo da Federação Internacional de Judo é muito rigoroso e dá-nos todas as garantias possíveis. O que aconteceu em Tiblissi foi fora da prova e da área de responsabilidade da FIJ. Vamos a Lisboa sem qualquer reserva, antes pelo contrário, porque trata-se de um Campeonato da Europa.
JM– A decisão sobre a atleta feminina, na categoria de –70kg, que integrará a seleção para os Jogos Olímpicos será anunciada em Lisboa a seguir aos resultados do Europeu?
SN – Temos um problema a resolver e teremos que o fazer da melhor forma. Não é fácil ter que escolher entre as duas primeiras classificadas no Ranking Mundial.
JM – É um bom problema. Muitos gostariam de o ter.
SN – Sim em França dizemos ter um “problema de rico”. A escolha será aquela que o Larbi Benboudaoud considerar a melhor para o judo francês
JM – Ou seja, ele terá que tomar uma decisão tendo em conta outras opiniões, é isso?
SN – A decisão sobre quem irá integrar a seleção feminina francesa an categoria de -70kg nos Jogos Olímpicos de Tóquio será anunciada em função de um percurso e não apenas de uma prova, por mais importante que ela seja. As duas últimas épocas e os resultados mais recentes serão tidos em conta. Agora temos um selecionador das Equipas Nacionais que assume a condução e as decisões neste tipo de escolhas. É ele que propõe à Comissão Olímpica que terá que validar a opção que ele tomou. Antes havia uma Comissão para esta função, mas abandonámos esse modelo.
JM – Quais são os resultados esperados para sa seleções francesas nestes Campeonatos da Europa?
SN – Os resultados no Campeonato da Europa são sempre importantes e nós valorizamos muito os títulos. Há os Grandes Torneios que são marcantes em termos de participação e vitórias, mas os Campeonatos do Mundo e da Europa são, a par dos Jogos Olímpicos, as provas decisivas. No nosso caso organizámos as participações para estes últimos dois meses em função dos objetivos de conjunto de um roteiro: Europa, Kazan, Mundo e Jogos Olímpicos.
Temos a particularidade de juntar no mesmo ciclo os Campeonatos da Europa, do Mundo e dos Jogos Olímpicos devido ao adiamento de Tóquio para 2021. Trata-se de uma situação excecional,
JM – Como vai acompanhar os Europeus do Altice-Arena?
SN – Também gostaríamos de ter um Campeonato da Europa em França na Rota do Paris 2024. Seria muito gratificante. Por isso também estaremos em Lisboa para acompanhar a vossa excelente capacidade de organização. Sexta-feira estarei em Lisboa, com grande prazer.
Fotos © FIJ e FFJ