O cancro foi para mim uma aprendizagem e não uma desgraça do destino
ALMA JUDOCA | Beatriz Martín
Faz hoje 5 anos que me foi diagnosticado um cancro na mama.
Hoje estou viva e faço parte daquelas estatísticas horríveis de “sobreviventes de 5 anos”. Essas estatísticas que não deveriam existir ou, pelo menos, não deveriam estar ao nosso alcance para consulta.
O melhor seria que o doente com cancro não procurasse esse tipo de informação.
Uma pessoa diferente, uma mulher mais feliz.
Na verdade, o que seria muito importante seria que não se fosse à procura de informação, seja ela qual for e que se perguntasse diretamente ao nosso médico porque cada caso é um caso e na maior parte das vezes o que se pretende descobrir para recuperar a esperança de nos salvarmos não tem nada a ver com o cancro propriamente dito.
Cinco anos desde o cancro, 5 anos sem cancro. Cinco anos que dou graças ao cancro que fez com que eu seja uma pessoa diferente, uma mulher mais feliz.
E sou feliz porque estou viva, acima de tudo, e depois porque o cancro foi para mim uma aprendizagem e não uma desgraça do destino. Aprendi que “por que é que isto aconteceu comigo?“ Não é mais uma pergunta sem resposta … mas acho que tive a sorte de ser ‘a escolhida’ para depois poder ajudar outras mulheres.
Aprendi
Aprendi que acordar todas as manhãs é sempre uma oportunidade de viver um novo dia e deixar um pouco de mim nos outros;
Aprendi que podemos fazer sempre muito mais do que pensamos que podemos fazer , só têm que nos pôr à prova;
Aprendi que a nossa atitude diante das circunstâncias é meio caminho andado. a outra metade já não depende de nós;
Aprendi que não se pode ter medo da morte, mas sim de não viver cada dia como se fosse o último.
Vivo com a convicção de que, desde que o cancro passou a fazer parte da minha vida, quero transformar qualquer capricho indesejado do destino numa oportunidade para ser melhor
.
GRAÇAS A NOSSOS RIVAIS SOMOS MAIS FORTES