BUDAPESTE | A forma psicológica é essencial (5)

BUDAPESTE | Campeonato do Mundo de Judo Seniores

Que balanço pode ser realizado do Mundial de Budapeste? Quais são as ideias-força que podem ser destacadas desta prova decisiva do judo internacional antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio? Fomos ao encontro de vários protagonistas da modalidade que nos adiantaram visões diversas mas muito pertinentes sobre o Mundial de Budapeste.

por José Pinto Gomes| Lisboa Atleta olímpico judo | Montreal em 1976

Dos atletas da seleção temos que destacar as provas do Jorge Fonseca e do Anri Egutidze. O Jorge realizou um percurso extraordinário com vitórias por ippon, alguns antecedidos por wazari. Já o Anri, notou-se nitidamente a diferença com o Campeonato da Europa com a capacidade que ele demonstrou em não cometer erros. Houve nesta mudança certamente um bom trabalho técnico de acompanhamento.

Já à Joana Ramos, que fez uma prova muito equilibrada, faltou aquilo que nestas situações faz a diferença e leva os atletas a ultrapassarem certos limites. Teria sido importante para os Jogos e para a auto-confiança dela que tivesse ido um pouco mais longe. Mas ainda faltam alguns dias de preparação.

Importa destacar em matéria de estado de espírito a referência ao Jorge e ao quase divertimento de que ele deu nota nos combates que realizou. Só uma grande forma psicológica permite este tipo de atitude. Sabemos que não é possível um atleta estar 365 dias por ano em forma e ao mesmo nível de motivação. Então, mais importante que qualquer intervenção de psicólogos ou profissionais da área é a leitura e o acompanhamento que o treinador realiza. Este é que sabe o que o atleta está a passar porque também já passou por situações similares. No fundo o melhor psicólogo do competidor é um treinador com experiência de situações competitivas.

Nesta matéria a minha própria experiência indica quanto é importante estar preparado para enfrentar momentos de grande exigência em termos de força mental. O Pedro Soares a esse nível é um excelente suporte do Jorge Fonseca.

Foi um bom Mundial, agora é pensar nos Jogos Olímpicos.

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