Um simpósio baseado na preparação dos atletas olímpicos do judo
VÊM AÍ OS JOGOS | Congresso de Ciências do Desporto | Preparação de atletas olímpicos
Congresso de Ciências do Desporto onde a Federação Portuguesa de Judo é responsável pela organização de um Simpósio de Judo, que ocorre durante este período com o objetivo de criar um espaço de reflexão sobre “Aspetos Importantes a considerar na Preparação dos Atletas Olímpicos no Judo”.O Simpósio envolverá diferentes temáticas e 4 sessões/comunicações, a saber:
- A importância do controlo e avaliação do treino, através de testes específicos no terreno, em judocas olímpicos.
- Aspetos técnico-táticos na preparação das judocas femininas.
- As lesões mais frequentes do judoca durante a preparação olímpica.
- A alimentação do judoca e o controlo e gestão do peso.
Para quaisquer informações sobre o Congresso acima referido por favor aceder ao site do mesmo (https://ssc2021.net/pt/).
Título do Simpósio de Judo
Aspetos Importantes a considerar da Preparação dos Atletas Olímpicos no Judo”
Organizadores: Federação Portuguesa de Judo, Luís Monteiro, Ana Hormigo Federação Portuguesa de Judo; ULHT-FED; ISCPSI-ICPOL.
Autor correspondente: luis.monteiro@fpj.pt
Resumo do simpósio:
O Simpósio de Judo insere-se no Congresso de Ciências do Desporto, organizado pela UL-FMH, de 13 a 21 de julho de 2021. A Federação Portuguesa de Judo é responsável pela organização deste Simpósio, que ocorre durante este período com o objetivo de criar um espaço de reflexão sobre “Aspetos Importantes a considerar na Preparação dos Atletas Olímpicos no Judo”, nas suas diferentes dimensões de modelação do desempenho neste desporto olímpico, além de: (i) contribuir para a formação e capacitação dos profissionais de desporto e do judo; ii) proporcionar oportunidade para a reflexão sobre a modelação da performance no judo; iii) valorizar a pesquisa no âmbito académico e assegurar um espaço de divulgação da produção científica e do treino na área do judo; e iv) refletir sobre as inovações metodológicas e tecnológicas no desporto valorizando sua aplicação no judo e no desporto rendimento. O Simpósio envolverá diferentes temáticas e 4 sessões/comunicações, a saber:
- A importância do controlo e avaliação do treino, através de testes específicos no terreno, em judocas olímpicos.
- Aspetos técnico-táticos na preparação das judocas femininas.
- As lesões mais frequentes do judoca durante a preparação olímpica.
- A alimentação do judoca e o controlo e gestão do peso.
Ana Hormigo
A importância do controlo e avaliação do treino, através de testes específico de terreno, em atletas olímpicos de judo
Luís Monteiro123 & Ana Hormigo1
1 – FPJ; 2 – ULHT-FED; 3 – ISCPSI-ICPOL
Luís Monteiro – responsável pela avaliação e controlo do treino das seleções nacionais Ana Hormigo – Treinadora da Seleção Nacional e Olímpica Feminina de Judo
O Judo é um desporto caracterizado por breves episódios de exercício intermitente de alta intensidade, que exige um elevado desempenho neuromuscular. As exigências do combate podem causar episódios de grande fadiga em atletas de judo masculinos e femininos. No entanto, há uma lacuna de testes específicos de terreno, no âmbito do controlo e avaliação do treino, que analise o padrão neuromuscular do atleta num combate de judo. Os testes gerais, por vezes não explicam a variação do rendimento, assim como alguns testes mais específicos. O COPTEST é um teste de esforço de intensidade máxima, com %FC próximo dos 90 a 100%, e parece ser um instrumento válido para avaliar a fadiga e adaptação a esforços de intensidade elevada em judocas Olímpicos masculinos e femininos.
Importa destacar que a avaliação da função neuromuscular dos judocas é um dos aspetos importantes, para a melhoria do seu desempenho em competição e são fatores que reforçam a necessidade de considerar as ações musculares na prescrição de treino com cargas e o efeito da fadiga. A fadiga muscular é necessária para uma eficaz adaptação neuromuscular durante o treino e mesmo na reabilitação. O desafio dos treinadores, dos atletas e dos investigadores é identificar as tarefas que limitam o desempenho funcional em tarefas de relevante fadiga em situações especificas de competição. Um desafio ainda maior é entender os ajustes fisiológicos que limitam a velocidade e a potência que podem causar uma perda de rendimento, para uma tarefa ou carga específica em situações de competição.
Aspetos Técnico-táticos na preparação das Judocas Femininas Ana Hormigo1 & Luís Monteiro123
1 – FPJ; 2 – ULHT-FED, 3 – ISCPSI-ICPOL
Ana Hormigo – Treinadora da Seleção Nacional e Olímpica Feminina de Judo
Luís Monteiro – responsável pela avaliação e controlo do treino das seleções nacionais
O sistema de ataque no judo de elite em geral e no feminino em particular tem um papel determinante do desempenho e no sucesso desportivo. Este sistema de ataque de ambos os atletas, permite colocar o adversário numa situação de incerteza. A informação ou contra-informação dada pelo judoca ao seu oponente ainda não pode ser registada pela entrada do judogi (informação interna), mas pode ser estabelecido que esse Kumikata (Pega) permite técnicas complementares com diferentes direções de ataque (análises externas). O treino permite modificar as técnicas utilizadas na competição, daí a necessidade de se analisar o sistema de ataque de um judoca, durante a mesma competição com vários combates e ao longo da sua preparação.
A análise dos combates através do programas informáticos e softwares, com o objetivo de obter dados relativos às técnicas executadas e sofridas, direções de ataque, tipos de pega, penalizações, tempo de atividade e de pausa em combate, momento de predominância para pontuar e para sofrer pontuação; momentos de maior atividade e passividade durante os combates pode fornecer ao atleta e treinador informações importantes, decisivos no estudo dos adversários e na preparação do sucesso competitivo.
Estudar as judocas femininas sobre quais as técnicas mais frequentes e que pontuam, como ataques de pé (tewaza ou técnicas de braços e sutemiwaza ou técnicas de sacrifício), ataques diretos e direções de ataque, em que fase do combate é que acontecem os ataques, pontuações obtidas ou sofridas, duração média dos combates e relação esforço-pausa, é fundamental para uma otimização da preparação técnico-tática e no estabelecimento de programas de treino adequados e eficazes, respeitando os esforços e os tempos e a intermitência do combate.
Rita Fernandes
As Lesões mais frequentes do judoca no decorrer da preparação olímpica
Rita Fernandes rita.fernandes@ess.ips.pt
Fisioterapeuta – Federação Portuguesa de Judo
Professora Adjunta – Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal
O judo é um desporto de combate com uma prevalência elevada de lesão, maioritariamente resultante do contacto direto entre atletas. As alterações constantes das ações desenvolvidas ao longo do combate têm um impacto muito significativo nas diferentes estruturas associadas à produção do movimento pretendido. Com o aumento do nível do treino e da competição, aumenta tanto a complexidade técnica e exigência motora envolvidas como a frequência, o número e a severidade das lesões. O contexto em que se disputa a qualificação olímpica, nomeadamente a frequência e a exigência do calendário internacional, potencia o risco de lesão. São diversas as regiões anatómicas envolvidas nas lesões destes judocas, sendo as mais frequentes as articulações do joelho, ombro e cotovelo. No que se refere ao tipo de lesão, as entorses são as mais comuns, seguidas das contusões, sendo o momento da queda o mecanismo de lesão mais reportado. As lesões verdadeiramente severas são raras, mas quando presentes afetam o cérebro ou a coluna vertebral. Sendo o judo uma modalidade com elevado impacto físico, as lesões crónicas são comuns e afetam principalmente a coluna lombar e os dedos. A lesão no judoca conduz muito frequentemente a situações de paragem competitiva, com consequente impacto ao nível da sua performance. A longo prazo, estas lesões podem condicionar o surgimento de condições crónicas de natureza músculo-esquelética, ou outras, com impacto no dia-a-dia do pós carreira. Desta forma, é fundamental atuar ao nível da prevenção de lesões, com a implementação de programas especificamente desenhados para a modalidade.
Cláudia Minderico
A alimentação do judoca e o controlo e gestão do peso Cláudia Sofia Minderico
Responsável pelo serviço de nutrição da Unidade de Medicina Desportiva do Comité Olímpico de Portugal; CIPER – FMH
O judo é um desporto de categoria de peso para atenuar discrepâncias das dimensões corporais, proporcionar equidade no desempenho e reduzir os riscos de lesões. Para este efeito, é necessário que os atletas sejam pesados antes das competições.
Os atletas nestes desportos de categoria do peso consideram que é uma vantagem competirem em divisões de peso que são inferiores ao seu peso confortável do dia-a-dia, utilizando uma combinação de estratégias crónicas (perda de gordura) e manipulações agudas (desidratação) ao longo de períodos curtos ou mais longos antes da pesagem.
A estratégia para uma prática mais segura deve ser individual e sempre orientada por um profissional de nutrição desportiva de forma a ajudar o atleta a estabelecer uma abordagem pragmática a longo prazo da gestão do seu peso. Esta aproximação individualizada é necessária para se preservar a saúde e otimizar o rendimento desportivo dos atletas.