Anri varreu Murao
PARIS GRAND SLAM 2021 |
Em Paris o judo português pontuou de forma inesperada ao mais alto nível com a conquista da quarta posição na classificação geral, tendo a seleção nacional sido antecedida apenas pelo Japão, país vencedor e pela Federação Russa e Israel que terminaram respetivamente no segundo e terceiro lugar.
A aposta numa composição jovem e em atletas que mudaram de categoria de peso como foi o caso de Wilsa Gomes, Bárbara Timo e Anri Egutidze deixava prever uma participação sobretudo importante nas experiências que iria proporcionar e não tanto nos resultados. Mas aconteceu o inverso e a previsão não se confirmou ao ponto do resultado final obtido poder ser considerado excecional.
Uma medalha de ouro, outra de bronze e dois quintos lugares, seria difícil fazer melhor. Uma Bárbara Timo de exceção, um Anri Egutidze autêntico “osso duro de roer”, uma Catarina Costa forte e temida pelas suas adversárias e uma Rochele Nunes que nunca desiste criaram condições para alimentar o espírito vencedor que a seleção nacional transporta e que envolve todos os atletas sem exceção.
Anri, um caso sério
Esteve à beira de provocar a grande surpresa da segunda jornada do torneio quando atacou forte o japonês Nagasawa e deu mostras de poder repetir com sucesso o seu makikomi. Uma meia-final muito tática, com uma disputa de pegas ao milímetro e com um forte embaraço do atleta nipónico na resposta à postura prudente mas ofensiva de Anri. A vitória acabou por cair para o lado de Nagasawa que de seguida venceu a final contra o russo Khalmourzaev.
O quinto lugar de Rochele Nunes, que por lesão não disputou a medalha de bronze, confirmou-nos a combatividade da representante nacional na categoria de +78kg e revelou-nos uma atleta francesa, Lea Fontaine, sua opositora na meia-final, sem sensibilidade e sem sentido de solidariedade para com a sua adversária lesionada, atitude que não é comum nos atletas de alta competição no judo.
Crisóstomo, boas indicações
Destaque para o combate de João Crisóstomo contra o japonês Harada na categoria de peso de -73kg que foi marcado pela grande capacidade do atleta português em controlar as pegas do adversário e em provocar várias situações próximas de uma pontuação, acabando no entanto por ceder perante a eficácia do trabalho do nipónico no chão.
Em Fevereiro 2022 há mais Paris, desta feita com todos os atletas de nível mundial e olímpico a marcarem presença, ao invés do que aconteceu nesta edição de 2021.
Fotos Sabau Gabriela © IJF