Em nome do judo…já chega!

19 de outubro, 2022

Carlos Ribeiro | Opinião

Já se atingiu o limite. Não é possível aceitar que a modalidade tenha chegado a este ponto aos olhos do grande público. Já se perdeu o sentido institucional, o dever de escuta e de cordialidade. A boa educação já anda pelas ruas da amargura.

Respeito mútuo, com divergências e até opiniões radicalmente diferentes são elementos compatíveis quando a postura é de defesa da modalidade, da sua história e do seu prestígio pelos resultados alcançados e pelos serviços que dezenas de clubes realizam todos os dias às famílias, às comunidades locais e aos territórios.

Porque a democracia assenta na possibilidade da crítica e até na alteração dos poderes instituídos tudo o que for recorrer ao Estado para resolver problemas da sociedade civil é enfraquecer a sua estrutura democrática. Se chegamos ao ponto do quadro de resolução dos problemas serem os TRIBUNAIS e o ESTADO CENTRAL, então a autonomia e a identidade da própria modalidade desportiva deixam de existir.

Que estruturas são estas de um organismo que tutela uma modalidade desportiva e que não tem dispositivos democráticos que permitam aos atletas, aos praticantes da modalidade, de reivindicarem soluções e justiça quando se sentem injustiçados?

Que dinâmica está instalada nos Órgãos Sociais e nas estruturas intermédias para que os mais reputados atletas do judo nacional estejam a pedir de joelhos para que as suas opiniões e propostas sejam consideradas pelos responsáveis e que se encontrem soluções?

Tudo indica que se torna urgente uma forte dinâmica mediadora que recupere a auto-confiança da instituição FPJ e que recoloque o diálogo no seu legítimo espaço interno. Nestas circunstâncias impõe-se que sejam assumidas figuras provisórias, com poderes especiais, que conduzam o processo sem interferir nas condições do normal funcionamento institucional para todas as outras áreas de decisão e gestão que se venham a colocar. Admito que o Presidente da Mesa da Assembleia Geral deva tomar a iniciativa de construir este consenso rapidamente. Com urgência.

De imediato o projeto olímpico e a mediação com os atletas e treinadores (todas as situações sem exceção) devem passar para uma estrutura que deverá obter o consenso de todos. A defesa do judo implica nesta situação abrir mão de muitas certezas e convicções e deixar que outros ventos (provisoriamente) soprem a favor da união do judo nacional.

Carlos Ribeiro | Opinião

SOBRE O AUTOR | Editor

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *