2022 | As boas práticas do judo paralímpico. E Paris aqui tão perto!
Judo Paralímpico – balanço de 2022
Miguel Vieira e Djibrilo Iafa
por Fernando Seabra
Um novo ciclo paralímpico
O novo ciclo paralímpico (para judocas cegos e de baixa visão) foi ditado por uma profunda alteração no formato competitivo: Se até os Jogos Paralímpicos de Tóquio eram elegíveis para o Judo Paralímpico os judocas B1 (cegos), B2 e B3 (baixa visão), competindo em conjunto, para este novo ciclo paralímpico foram criadas duas competições distintas, uma para os judocas J1 (cegos) e outra para os judocas J2 (baixa visão), ora com apenas 4 categorias de peso:
- Femininos: -48kg, -57kg, -70kg, +70kg;
- Masculinos: -60kg, -73kg, -90kg e +90kg.
No universo do Judo Paralímpico Português, apenas o Miguel Vieira acabou por ser afetado por estas novas regras, pois a categoria de peso em que competia (-66kg) foi extinta, tendo de baixar para a categoria de peso de -60kg para poder continuar a competir.
Paris 2024
Temos assim quatro judocas à procura do apuramento para os próximos Jogos Paralímpicos, “Paris2024”, dois dos quais em “J1” e os outros dois em “J2”, integrados nas seguintes categorias de peso, a saber:
- J1 – Miguel Vieira (-60kg);
- J1 – Djibrilo Iafá (-73kg);
- J2 – Ruben Gonçalves (-73kg);
- J2 – Nuno Rocha (-73kg).
Em 2022 os judocas portugueses marcaram presença no Campeonato da Europa (Cagliari, Itália) e no Campeonato do Mundo (Baku, Azerbaijão), respetivamente nos passados meses de setembro e novembro.
Campeonato da Europa
No Campeonato da Europa estiveram presentes os quatro judocas lusos supramencionados, nos respetivos escalões e categorias de peso, com as seguintes classificações:
- Miguel Vieira: 2.º lugar medalha de prata, vice-campeão europeu);
- Djibrilo Iafá: 3.º lugar (medalha de bronze);
- Ruben Gonçalves: 5.º lugar.
O Nuno Rocha teve uma jornada infeliz porque não se classificou e contraiu uma lesão que o afastou do Campeonato do Mundo, prova em que apenas o judoca luso Miguel Vieira foi “feliz”, classificando-se num excelente 5.º lugar.
Com estes resultados e não obstante os judocas lusos terem participado apenas em duas das cinco provas que pontuaram em 2022 para o ranking mundial, encontram-se presentemente nas seguintes posições:
- J1 – Miguel Vieira (-60kg): 6.º lugar com 180 pontos;
- J1 – Djibrilo Iafá (-73kg): 9.º lugar com 84 pontos;
- J2 – Ruben Gonçalves (-73kg): 18.º lugar com 44 pontos;
- J2 – Nuno Rocha (-73kg): 33.º lugar com 2 pontos.
Considerando que se apuram para os Jogos Paralímpicos os sete primeiros judocas do ranking, mas apenas um por País em cada categoria de peso e não considerando os judocas do país anfitrião que estão automaticamente apurados, poderemos afirmar neste final do ano de 2022 que, pelo menos para o Miguel Vieira e do Djibrilo Iafá, «Paris está aqui tão perto!».
Nacional paralímpico
A nível nacional, realizou-se no passado dia 4 de dezembro mais um Campeonato Nacional Paralímpico, em Cernache-Coimbra, este ano com menor participação de competidores, na maioria dos casos por lesão, designadamente o pentacampeão dos -73kg, Djibrilo Iafá, judoca do CJT-Clube Judo Total e o Nuno Rocha, judoca do Clube de Judo do Porto.
À imagem do que tem sucedido em anos anteriores, a competição foi dominada pelo CJT-Clube Judo Total que arrecadou 4 das 5 medalhas de oiro atribuídas. Ficam os nomes dos campeões nacionais:
- Margarida Mendes (-52kg) – CJT;
- Miguel Vieira (-66kg) – CJT;
- Ruben Gonçalves (-73kg) – ULHT;
- Ulisses Silva (-90kg) – CJT;
- Pedro Alves (-100kg) – CJT.
Vão-se entretanto intensificando as provas abertas para judocas cegos e de baixa visão, a nível associativo, um pouco por todo o país.
Miguel Vieira, Jerónimo Ferreira e Djibrilo Iafa
Fotos ©JudoMagazine