Um Grand Prix, também pequeno
Almada acolhe pela segunda vez o Grand Prix de Portugal
Nekoda e Clarisse Abgegnenou na foto
A Federação Internacional de Judo destacou o facto de Portugal vir a acolher 3 competidoras que foram mães há pouco tempo, citando:
- Nekoda Davis (GBR), Hannah Martin (EUA) e Moira De Villiers (NZL) têm algo em comum, bem, pelo menos algumas podem crer. Estão as 3 inscritas para competir em Portugal no Grande Prix de Almada. Todas praticam judo, obviamente. Menos óbvio é o facto de todas serem mães. Cada uma tem um filho pequeno e desta forma não foi fácil tomar a decisão de retornar à alta competição.
81 países representados, é obra!
É sempre uma emoção acolher em Portugal uma prova que vai contar com a presença de atletas dos 5 continentes. Estamos a falar de judo global. Sem qualquer dúvida. Quinhentos e cinquenta e cinco (555) competidores de todos os níveis e 81 países representados.
Uma prova com uma amplitude nunca vista anteriormente e com algumas referências de grande valor como a participação de 2 primeiros classificados no ranking mundial e ainda de outros competidores com elevada notoriedade que são oriundos dos quatro cantos do mundo.
Registe-se que do continente africano estarão presentes 21 países e que da Ásia participarão 119 atletas. A Europa reúne o maior números de participantes em países (35) e em atletas (306).
Destaque ainda apara a aposta de países do universo CPLP como Angola (4 atletas), Brasil (25 atletas), Guiné-Bissau (1 atleta, Moçambique (2 atletas), São Tomé e Príncipe (1 atleta) e Cabo Verde (5 atletas).
Por sua vez da parte dos países com presenças habitualmente numerosas teremos os nossos vizinhos espanhóis com 20 atletas, França (25 atletas), Azerbaijão (16 atletas), Geórgia (12), Grã-Bretanha (17), Itália (16), República da Coreia (23, Israel (14)) e a maior delegação vinda do Cazaquistão com 27 atletas.
Finalmente, Portugal faz-se representar em condições privilegiadas, por ser o país organizador, com 40 atletas.
O pequeno Prix
Na verdade não se trata de dimensão mas antes de frustração. Um Grand Prix em Almada com atletas de topo do judo mundial e Jorge Fonseca e Telma Monteiro não estarem presentes, constitui sempre uma deceção. Claro estarão presentes os restantes, no judo feminino a Bárbara Timo, a Catarina Costa, a Joana Diogo, a Patrícia Sampaio e a Rochele Nunes e no masculino Rodrigo Lopes, João Crisóstomo, Anri Egutidze e João Fernando, para mencionar apenas os que já se destacaram a nível internacional no quadro do World Judo Tour. É aqui que geralmente se ouve aquele comentário lateral cheio de bom-senso “Não se pode ter tudo!”.
Outra dimensão neste registo de alguma desilusão radica na composição das seleções do Japão e de França que, como bem se compreende, fazem rodar atletas a partir de um plano desenhado para que a progressão positiva a caminho de Paris 224 ocorra com toda a naturalidade para o maior número de atletas possível.
O último apontamento nesta vertente menos positiva tem a ver com a imagem do judo português a nível internacional com a presença na prova de um Presidente da FPJ fragilizado pela sua destituição pela Assembleia Geral e certamente a ser objeto de muitas interrogações sobre o estado atual da vertente institucional da modalidade em Portugal.
A festa
Não podemos esquecer os relatos entusiastas de muitos jovens judocas, vindos de diversos pontos do país até Almada, e que vibraram com uma prova internacional como é o Grand Prix. Com este jovens e com a presença dos clubes nas bancadas teremos certamente aquilo que o judo mais deseja neste momento: festejar vitórias dos seus melhores competidores, sejam eles de que país forem, incentivando de forma natural os membros da seleção nacional.
Catarina Costa defende o seu título do ano passado na categoria de peso de -48kg