02/11/2024

ENTREVISTA – Vou votar na candidatura de Sérgio Pina à Presidência da FPJ

Delegados irão decidir no dia 29 de abril quem será o Presidente da FPJ até 2024

José Oliveira, delegado à Assembleia Geral Eleitoral – Viana do Castelo

Entrevistámos o delegado à Assembleia Geral Eleitoral da FPJ-Federação Portuguesa de Judo, José Oliveira, que exerce funções de Presidente da Associação de Judo do Distrito de Viana do Castelo e que se pronuncia sobre aspetos de balanço como ainda sobre as causas da situação atual da modalidade em termos de gestão e imagem pública. As razões do seu voto na candidatura de Sérgio Pina ficam bem evidenciadas notando-se ainda a sua intenção de penalizar aqueles que terão estado na origem desta “crise” que poderá ter desfecho no próximo dia 29 de abril em Coimbra.

ENTREVISTA

Judo Magazine – Sem insistir excessivamente em temas do passado recente, o que é que colocaria em cada prato da balança (positivo e negativo) numa avaliação sumária da gestão do judo pela Direção da FPJ desde o início do atual mandato?

José Oliveira (JO) – Em primeiro lugar um esclarecimento, temos de separar o “Trigo do Joio”: nos Estatutos da Federação (FPJ) existe o Órgão Presidente (que representa a FPJ, assegura o seu funcionamento e a gestão corrente da mesma …) o e Órgão Direção (que administra a FPJ em matérias que não sejam atribuídas a outros órgãos …).

Com respeito à gestão da FPJ, na sua globalidade, que mais podemos dizer que não seja ”O pior cego é aquele que não quer ver”, nunca outros conseguiram alcançar estes resultados quer desportivos, quer na organização de provas do Calendário Competitivo Internacional com o carimbo de “excelência”, aumento da demografia (clubes e atletas), entre outros.

Uma coisa posso afirmar, o mandato desta Direção e do Presidente da FPJ, vai ser uma referência e ficar na história da nossa nobre modalidade.

Nas decisões que tomamos como responsáveis e dirigentes, nem tudo é perfeito e muitas vezes nem sempre somos donos da razão, fizeram-se coisa muitas boas e outras que ficaram aquém do pretendido e desejado.

JM – Fala-se de “crise no judo nacional”, a que se deve, na sua opinião,  esta situação que está no domínio público com uma imagem negativa da modalidade e que atinge atletas olímpicos, organismos da tutela, o próprio Secretário de Estado da Juventude e Desporto e até o Parlamento?

JO – Respondo a esta pergunta com outra pergunta: Quem foi o causador desta crise e imagem negativa do Judo nacional?

Não foram certamente os Órgãos Sociais da FPJ, incluindo o Presidente, Direção, Assembleia Geral e os demais Órgãos Sociais…

Penso que outros valores se levantaram, movidos por interesses e ataques pessoais que não dignificam a nossa modalidade e o tão apregoado Código Moral do Judo.

Como Delegado irei pedir responsabilidades e uma ação concreta da própria Federação (FPJ) no local certo, na Assembleia Geral da FPJ, aos responsáveis e instigadores do enorme prejuízo a todos os níveis, causados ao judo nacional e ao movimento associativo.

Penso que outros colegas Delegados deverão ter a mesma posição sobre este assunto, isto terá que ser penalizado.

Teremos todos que refletir os danos causados ao Judo nacional com a estratégia de ataque utilizada.

Estarei, e, estaremos aqui para julgar esta mancha negra deixada no judo português.

Os organismos da tutela, apesar de estarem no cumprimento das suas funções, penso, honestamente, que se intrometeram em demasia num processo que no seu “princípio” poderia ter sido resolvido no local certo, e, sem política envolvida, ou seja, na Assembleia Geral da FPJ, local soberano onde o judo resolve os seus problemas. Mas o futuro irá julgar as atitudes e aqueles que as tomaram. É fundamental diferenciar as questões de políticas, de direito, técnicas e administrativas.

JM Estas eleições, para substituir um Presidente que foi destituído, poderão servir para melhorar a situação criada e de alguma forma pacificar o judo até aos Jogos Olímpicos de Paris 2024?

JO – A situação criada, e mais uma vez afirmo, tem responsáveis, que não se pouparam a esforços utilizando meios pouco claros, tentando confundir os agentes que envolvem a modalidade, usando estratégias não muito democráticas, subterfúgios e uma má fé numa conjuntura “pidesca”. Envolveram e acusaram pessoas e instituições, em processos judicias, campanhas e petições sem fundamento e descontextualizadas, que no devido local iremos denunciar.

Depois de terminado este próximo ato eleitoral, haja o bom senso de deixar governar e trabalhar aquele que será o futuro Presidente da Federação (FPJ), e desta forma não colocar, ainda mais, em causa o futuro do judo em Portugal e dos atletas que representam o nosso país, e, conforme dizia Tomás Ribeiro: este jardim à beira-mar plantado.

Só desta forma será possível, e, sem “Guerra de Tronos”, pacificar o judo até aos Jogos Olímpicos de Paris 2024, para que os nossos atletas se preocupem e se foquem apenas na sua preparação e façam o seu verdadeiro trabalho, competir no tatami.

JM Os delegados que irão votar no dia 29 de abril ao votarem Sérgio Pina estarão principalmente a assegurar a continuidade dos Órgãos Sociais eleitos para o mandato ou acreditam que poderão surgir algumas mudanças e melhorias na prática da gestão da modalidade até ao final do ciclo olímpico?

O Candidato Sérgio Pina tem o perfil para pacificar o judo nacional. Conhecedor dos processos e responsabilidades em que a FPJ está envolvida, com a experiência adquirida na modalidade, dão-lhe uma competência que são um garante e uma mais-valia para o judo nacional.

Analisando o Programa de Ação sério e honesto, apresentado pelo candidato Sérgio Pina, numa situação de eleições intercalares para cumprir o mandato, podemos aferir os compromissos assumidos da Federação (FPJ) com as organizações desportivas nacionais e internacionais.

Um programa realista e sem vaidades para cumprir aquilo a que a FPJ se propôs organizar até final do mandato e deste modo, não deixar ficar mal a modalidade junto dos poderes públicos e privados, nem manchar o nome de Portugal nas instituições internacionais/nacionais.

Não podemos perder a excelência que as identidades internacionais e nacionais reconheceram ao poder organizativo do judo português.

Naturalmente que Sérgio Pina vai estar rodeado de pessoas competentes e marcar uma gestão pessoal na FPJ, terá uma Direção conselheira e presente, preocupada em levar o barco a bom porto.

Sérgio Pina, está na modalidade pela modalidade, sem vaidades, sem discursos prosaicos de falso moralismo e sem fundamentação, ao contrário de outros, que estão afastados da modalidade e das suas realidades.

Os tempos que se avizinham devem-nos preocupar a todos. Foi interrompido um processo e todos os delegados deverão ser esclarecidos da real situação em que se encontra o nosso judo.

JMComo delegado, atendendo à situação de exceção ou extraordinária que as eleições de 29 de abril representam, vai ouvir os seus “representados” de alguma forma ou vai votar apenas segundo a sua opinião e consciência?

Uma pergunta escusada, pelo menos para mim como delegado da FPJ, há mais de 40 anos. Mas antes de responder: os delegados estão cá para julgar, avaliar e pedir responsabilidades, apesar de alguns terem tentado correr com os delegados que compõem a atual Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), eleitos democraticamente e para cumprirem o mandato até ao fim.

Que mal fizemos nós, para quererem correr connosco?

Temos o direito e o dever de julgar este processo, ainda temos a confiança de quem nos elegeu/nomeou, e, estamos no nosso perfeito juízo.

Existem uns, cujo ressabiamento os consome, especialistas em distorcer os factos e a verdade dos mesmos.

Podendo votar segundo a minha opinião e consciência, porque fui eleito/nomeado para esse fim pelos meus pares, vou responder como delegado representante desta Associação de Judo do Distrito de Viana do Castelo (AJDVC) entidade que tem contribuído e com provas dadas no desenvolvimento, fomento e dinamização do judo, mas não o farei unilateralmente.

Honroso pela confiança que continuam a depositar em mim, elucido que, ouvi e foram trocadas opiniões com os delegados da Zona Norte, que manifestaram o apoio inequívoco no candidato Sérgio Pina, e para que não existam dúvidas dou conhecimento de um e-mail que foi enviado atempadamente pela Direção Associação (AJDVC), a qual presido, a saber:

“(…)Aos Responsáveis dos Clubes Filiados nesta Associação (AJDVC)

Tendo em vista o próximo ato eleitoral apenas do Órgão Presidente da Federação Portuguesa de Judo (FPJ), a realizar no dia 29 de Abril em Coimbra, e existindo dois candidatos a sufrágio para o remanescente do mandato 2021/2024 que já deram a conhecer os seus Programas de Ação;

JOAQUIM SÉRGIO PINA

JOSÉ MÁRIO CACHADA

Solicitamos, caso seja de interesse e achem conveniente, informassem a Direção desta Associação (AJDVC) da vossa opinião sobre as respetivas candidaturas.(…)”

É de primordial importância serenar o judo, já chega de maltratar a modalidade.

SOBRE O AUTOR | Editor

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