Suspense, drama e glória na vitória do Japão em equipas mistas
Franceses perderam na final estando à beira de vencer por duas vezes
Equipa japonesa conquista medalha de ouro no Campeonato do Mundo de Equipas Mistas
Não há dúvidas que as provas de equipas mistas são a cereja no topo do bolo num Campeonato do Mundo, uma competição que se realiza em oito jornadas e que precisa de fechar com chave de ouro depois de um programa exigente que envolve 14 categorias de peso e sete blocos de finais.
Em Doha confirmou-se a mais-valia que este tipo de prova representa na modalidade, no plano desportivo mas sobretudo na vertente mais comercial, a do desporto-espetáculo.
As provas de equipas mistas agregam os atletas, as comitivas e os espectadores numa onde de euforia partilhada que consolida o sentido mais coletivo do judo que sendo um desporto individual no acto central da sua prática que é o combate, o seu contexto integra diversas dinâmicas que valorizam os coletivos tendo por base as derrotas ou as vitórias individuais obtidas ao longo da competição.
Hoje em Doha houve muita emoção, quase sangue, suor e lágrimas. As duas disputas do bronze foram marcadas pela presença, justificada mas inesperada, de Marrocos e a final foi mais uma vez foi assunto de nipónicos e gauleses.
A Geórgia que apanhou com o Japão na fase das eliminatórias, apesar de ter ultrapassou o Brasil, foi remetida para a Repescagem, mas acabou por conquistar um brilhante 3º lugar e os Países Baixos que deixaram para trás Cuba e o Uzbequistão cederam na meia-final com o Japão e disputaram o bronze contra Marrocos tendo também subido ao 3º lugar do pódio,
Países Baixos e Geórgia festejam vitórias
França e Japão mediram forças de novo na final e não fosse o erro de Cysique (FRA) que depois de pontuar wazari contra Funakubo (JPN) veio para o terreno da atleta nipónica, o newaza, e acabou por ser imobilizada, tendo perdido o combate que teria atribuído o título aos gauleses.
Da mesma forma, no combate de desempate, depois do 3-3 registado no final dos seis combates realizados, Margaux Pinot foi penalizada por duas vezes por tentar executar juji-gatame (uma luxação no braço) no seguimento ou em simultâneo com tomoe-nage, sem deixar o necessário tempo de espera que demarca o trabalho em pé daquele que é levado a efeito no solo. Saki Nizoe (JPN), a sua adversária que não conseguiu entrar no combate com o seu judo, acabou por vencer e dar o título à sua equipa que numa fase inicial festejou moderadamente tendo em conta que a derrota gaulesa ocorreu por penalização totalmente a contra-corrente da dinâmica do combate.
Doha fechou portas, agora mais do que nunca, é Paris que toma conta das cabeças de atletas e treinadores que não querem deixar passar a oportunidade de participar numas Olimpíades na Cidade-Luz.
Fotos © IJF