Camp na Ilha das Fajãs
Azores Judo Camp encerrou ciclo de estágios antes do regresso às aulas e aos treinos
André Soares, coordenador do Azores Judo Camp
Contar-vos a história do Azores Training Camp pode, pura e simplesmente, provocar efeitos colaterais indesejados. O risco da mensagem positiva não passar é elevado e, às tantas, pode ser decretado, de forma totalmente injustificada, que o Estágio está amaldiçoado. Isto apesar de se afirmar que está tudo a correr pelo melhor e que a edição de 2023 foi um sucesso em toda a linha
E de pouco valerá invocar S. Jorge porque o padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros não atende mais ninguém. O soldado romano do exército do imperador Diocleciano, que se tornou um mártir cristão e que dá nome à ilha verde do triângulo, não terá grande conhecimento sobre o que realmente fazem atletas e cidadãos comuns vestidos com um judogi. Mas para que não fiquem dúvidas sobre as situações que em anos anteriores levaram os organizadores a arrancar os cabelos de desespero, aqui vão alguns apontamentos sumários.
- imaginem a seleção nacional de cadetes que participou na primeira edição a treinar com judogis emprestados porque as malas dos atletas que viajaram por diversos aeroportos, nunca chegaram a S.jorge;
- por ocasião da pandemia de COVID-19 depois de várias situações que implicaram confinamento a própria seleção de judo, que vinha participar no Estágio, teve que assistir às atividades pela janela porque todos os atletas deram positivo no teste;
- e já imaginaram a Taciana Lima a dirigir-se para o Estagio, que iria orientar, a ser informada que a crise sísmica estava a impedir o tráfego aéreo e sendo assim impossível de concretizar os objetivos.
Não se trata de qualquer maldição de S.Jorge porque entretanto tudo está mais do que normalizado e foi o próprio André Soares que nos confirmou que os 131 atletas dos 15 clubes que participaram (3 de Espanha, 1 de Lisboa, 2 da Madeira e 9 dos Açores) ficaram particularmente satisfeitos com as jornadas passadas na ilha das arribas, das falésias e das fajãs.
“Foram 8 treinos no total, orientados por Eduardo Carballeira e Alberto Gaitero e realizados nas instalações desportivas da Escola Básica e Secundária de Velas. Foram 5 dias de muito judo, partilha de conhecimento, interação, entrega e aprendizagem” acentuou o coordenador da organização do evento que aproveitou para recordar que “o judo é uma vertente muito importante no Estágio mas fazemos pausas para atividades fora do pavilhão. A exploração da natureza é aqui um tema muito forte. Numa parceria com empresas locais foi possível proporcionar uma escolha alargada de opções e desta forma cada um e cada uma pode realizar as atividades que mais lhe interessava”.
O Estágio foi orientado para os escalões juvenis, cadetes e juniores e inseriu-se numa ação estratégica que é desenvolvida na Região Autónoma que tem um ciclo anual de 5 encontros. Trata-se do projeto dos Centros de Treino e o Azores Judo Camp coincidiu com o 4º treino conjunto deste ano. Para André Soares esta edição abriu portas para que se possa pensar em voos mais altos para o ano.
“Vamos trabalhar nesse sentido, a nossa meta é trazer 150 atletas a S.Jorge em 2024. Vamos fazer por isso” concluiu o nosso interlocutor entusiasmado pelo sucesso da edição de 2023.
Fotos © Azores Judo Camp / André Soares