To be, or not to be
Associações distritais admitidas pela Assembleia Geral mas não vão dispor de enquadramento estatutário para serem membros
Na última Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Judo foi produzida mais uma situação híbrida que é difícil compreender à luz dos métodos instituídos para o funcionamento das instituições desportivas. A questão situa-se num nível particularmente elevado da estrutura federativa já que se trata da instalação e pleno funcionamento de associações distritais de judo.
Atletas da Guarda depois de uma prova zonal
Duas entidades foram admitidas – associações da Guarda e de Évora – numa votação na Assembleia Geral que foi de maioria simples. Mas a alteração aos Estatutos necessária para que estes novos “membros da federação” pudessem existir de pleno direito nessa condição, não foi aprovada porque, no caso, a maioria teria que ser de dois terços dos presentes na AG.
Assim tendo sido admitidas, as associações não podem ser membros. Trata-se de mais uma situação peculiar que resulta de uma imprudência na gestão do processo de admissão já que o risco de acontecer aquilo que acabou por acontecer era grande atendendo à ausência de dossiers sólidos sobre as candidatas e consequentemente a recusa de tratar assuntos desta importância “em cima do joelho” acabou por ocorrer sem apelo nem agravo.
Um histórico pouco abonatório
O histórico de tratamento deste tipo de matéria no órgão máximo da federação não é famoso. Regressaram à luz do dia as expulsões das Associações de Braga e da Terceira, num passado recente, sendo ainda difícil de perceber que tenham sido afastadas instituições (associações) e não principal ou exclusivamente pessoas tidas na altura como desrespeitadoras de todos os princípios do judo.
Nesta nova situação surgiu a tentação, por parte de vários delegados mais radicais de desrespeitar os estatutos e avançar com a autorização para o pleno funcionamento das associações admitidas. Valeu na circunstância, segundo alguns delegados presentes na Assembleia Geral, a lucidez de Nuno Carvalho, atual Vice-Presidente da FPJ, que alertou para as consequências gravosas previsíveis caso a federação admitisse funcionar com essas associações à revelia dos estatutos. Uma coisa é certa o imbróglio precisa de ser desfeito e o novelo de contradições formais necessita de ser desemaranhado.
Foto publicada pelo Município da Guarda.