Tai-sabaki às associações
FPJ não promove relações de cooperação com as associações quando surgem dificuldades
Segundo os dirigentes associativos do judo, que por alguma razão apresentam opiniões ou pedidos de esclarecimento à Federação Portuguesa de Judo, hipoteticamente relacionados com discordâncias ou sérias preocupações, a forma de agir dos dirigentes da FPJ é o silêncio.
Nacional de cadetes realiza-se a 10 e 11 de fevereiro
Wild card
O caso mais recente prende-se com o nacional de cadetes que se realiza já este fim-de-semana e a qualificação direta de atletas para a esta prova alegadamente ao arrepio do regulamento recentemente aprovado e ao abrigo da conceção do Wild Card em bases eventualmente divergentes com o estabelecido em sede regulamentar.
Não é tanto esta matéria, em si mesma, que está aqui em causa, ou seja, perceber as razões que terão levado à concessão de cartões com caráter de exceção a atletas. Trata-se antes de mais da forma como estas temáticas são geridas pelo atual núcleo dirigente eleito com Jorge Fernandes, presidente que foi entretanto destituído da função e substituído pelo seu vice-presidente.
Associação de Santarém
A Associação de Santarém continua sem resposta da FPJ a perguntas formuladas sobre o tema. A estrutura associativa escalabitana colocou o assunto de forma estratégica, ou seja, abordou o assunto do Wild Card como um bom instrumento para apoiar o desenvolvimento do judo. Adiantou a associação na sua comunicação ” A função do Wild Card, assim o entendemos, pretende proteger os interesses do Judo de Portugal. Mais do que um instrumento político, usado a belo prazer e à descrição do seu detentor, deverá ser utilizado para estimular e proteger os praticantes à prática do Judo de competição. Repondo as oportunidades, aos que, por razões justificadas, ficaram impedidos de dar o seu contributo na vertente competitiva do judo e aumentando até o numero de participantes nas diversas categorias em disputa” assim argumentou a Associação de Judo do Distrito de Santarém pela pena do seu presidente António Pedroso Leal.
“Reforçamos que por razões justificadas e atendíveis sempre teremos o dever de corresponder. Não usar esta ferramenta regulamentar ao dispor, ou usá-la indiscriminadamente, salvo melhor opinião, é abuso de poder!” adianta-se ainda na comunicação enviada á FPJ.
Perguntas e apelos
E a interpelação à FPJ da parte da AJDS é também sobre os métodos e o funcionamento da entidade federativa e ao seu presidente “Neste quadro, a ausência de respostas à nossa correspondência deixa-nos as seguintes interrogações – Foi recebida? Somos ignorados? Houve extravio da correspondência? -. Apelamos a que V.Exª use, sem receios, o poder de atribuição do Wild Card, pelo menos aos atletas que justificaram devidamente a sua ausência aos apuramentos regionais, repondo oportunidades, estimulando o Judo de competição a continuar com empenho na senda do prestigio de Portugal. Deixamos à sua consideração e aguardamos a melhor decisão para o Judo de Portugal” concluiu a AJDS.
Lisboa ultrapassada
Por sua vez a AJDL- Associação de Judo do Distrito de Lisboa não foi tida nem achada neste processo recente de concessão do Wild Card já que a federação foi abordada diretamente pelo clube e deu resposta sem a ter comunicado através dos canais estabelecidos para a comunicação dos clubes com o órgão federativo.
Assim, no mínimo, o silêncio e o desprezo pelos canais instituídos, parecem ser uma forma de agir dos atuais órgãos dirigentes da FPJ, enfraquecendo desta forma as relações interinstitucionais no período preparatório dos Jogos Olímpicos de Paris. Quando o judo precisa de estar coeso e forte para enfrentar os desafios dos próximos meses, os dirigentes federativos destabilizam a modalidade e a começar pelas estruturas representativas a nível distrital e local.