Patrícia Dias, uma atleta em stand by
Patrícia Dias, atleta medalhada a nível nacional e internacional, não pôde participar no Nacional AS de cadetes de 2024
Patrícia Dias tem o seu futuro adiado. Apanhada no meio de uma disputa que envolve o seu clube de origem, o Judo Clube Pragal, a atleta que se esforça diariamente para manter o ritmo competitivo está a ficar de fora das provas do calendário federativo depois de optar por representar o Sporting Clube de Portugal.
Patrícia Dias, à espera de retomar o seu percurso de competidora
A jovem atleta acredita que este mau momento vai ser ultrapassado. A interrogação crítica neste momento é saber se o espírito do judo irá prevalecer sobre o sentido do negócio que está a orientar quem a está a prejudicar. Não participou no Campeonato Nacional AS Cadetes, tendo sido campeã nacional no ano transato, e não estará presente em Fuengirola este fim de semana o que irá prejudicar seriamente a sua carreira.
Todos os dias levanta-se às seis da manhã e vai para Lisboa para a atividade letiva que leva a cabo no Estádio josé Alvalade, na Academia do Sporting. De tarde realiza a parte de estágio do curso que está a frequentar sobre gestão desportiva e às 18h00 tem o tapete à sua espera para treinar com os colegas do judo.
“Estou a ser sobretudo acompanhada pelo treinador Miguel Alves. Sinto-me muito melhor. Vir para o Sporting foi muito bom. No Pragal estava a viver uma situação de grande stress e já não aguentava mais. Aqui no clube é tudo mais consistente e há um apoio ao atleta com profissionais de várias áreas” adiantou-nos Patrícia.
A jovem atleta cadete ficou muito desiludida por não ter participado no Nacional porque se trata de uma prova que está intrinsecamente ligada a Fuengirola, a Taça Europeia em Espanha na qual os jovens cadetes de Portugal gostam de participar. No ano passado Patrícia Dias alcançou um quinto lugar o que a deixou plena de satisfação.
Será razoável ter uma atleta cadete com um valor competitivo comprovado no estaleiro por razões que não se prendem diretamente com o desempenho da competidora? Será aceitável que não exista mão firme nas estruturas que devem cuidar dos direitos dos jovens atletas à prática desportiva para que se resolva a questão de forma célere e se impeça que o espírito mercenário que predomina em algumas modalidades desportivas comece a invadir o judo?
Fotos Gentilemente cedidas por Patrícia Dias