Anadia e os seus sinais
A prova europeia de juniores forneceu indicações que carecem de aprofundamento
Foram duas jornadas de judo com um elevado sentido e ritmo competitivo que comprovam que o escalão está muito mais ligado ao universo dos seniores e a níveis de exigência proprios dos “mais velhos” que aos restantes de formação.
Sendo um escalão que combina situações muito distintas [ primeiro ano de juniores, cadetes a participarem no escalão superior, categorias de peso ainda não-definitivas e outras ] ele fornece indicações preciosas para uma avaliação amadurecida dos níveis globais de desenvolvimento.
Para o efeito alguns indicadores tais como: nível de execução técnica dos atletas; atitude e técnica na disputa das pegas, condução do combate tendo em conta as características do adversário, diversificação de soluções face a situações de impasse, gestão dos recursos físicos e psicológicos, ligação pé-chão e outros indicadores, podem ser úteis para proceder a uma abordagem sistemática dos processos e da mobilização de recursos por parte dos atletas e das equipas de enquadramento.
Antes das finais, concentração e preparação para momentos decisivos
De uma forma geral nós encontramos nos atletas lusos que obtiveram boas classificações na Anadia, como é o caso de Maria Silveira, Taís Pina, Rodrigo Janeiro, Fábia Conceição e Filipe Almeida, um desempenho médio-alto em todos os indicadores mencionados e uma elevada consistência competitiva. No entanto nem todas preenchem de forma igual este sentido positivo de progressão. Talvez seja de mencionar um campo tendencialmente deficitário de forma transversal aos 5 atletas referidos: a ligação pé-chão e um trabalho planeado, criativo e dinâmico em ne-waza que podemos observar de forma bem mais sólida e consistente em muitos atletas italianos, franceses e cazaques.