A maldição de Bellandi
Patrícia Sampaio foi barrada pela italiana antes dos quartos-de-final
Numa jornada marcada por um facto inédito no judo de competição. a atribuição simultânea de um terceiro shido a dois atletas em prova que são sucessivamente penalizados até serem excluídos e consequentemente não acederem à fase seguinte das eliminatórias. O caso foi protagonizado por dois atletas com dois estilos e lógicas de combate similares que não conseguiram dar nota de diferenças concretas através de ataques que pudessem ser contabilizados como tal.
Tselidis da Grécia e Gwak da República da Coreia, nenhum deles compareceu nos quartos-de-final contra Sherov [KGZ] e este teve acesso direto à meia-final.
Nesta categoria de peso [-90 kg] a primeira surpresa foi a eliminação precoce de Toth uma das esperanças da Hungria para conquistar uma medalha neste campeonato do Mundo. Sagaipov do Líbano foi a surpresa do momento, com confirmação no percurso que realizou até à meia-final.
Sampaio e Bellandi
Bellandi acabou por levar a melhor sobre Sampaio antes dos quartos-de-final
O judo da transalpina é completo e desenvolve uma estratégia defensiva que neutraliza as adversárias que necessitam de preparar e de criar condições seguras para os seus ataques. Não é bem o caso de Sampaio que ataca em ondas sucessivas e continuadas, mas com uma eficácia mais reduzida. E quando as adversárias não encontram as boas condições para atacar, Bellandi acaba por o fazer de forma implacável, no momento certo.
Importa sinalizar o esforço gigantesco que Patrícia Sampaio realizou por inviabilizar esta lógica que a atleta de Tomar já experimentou por diversas vezes. Fez tudo o que havia a fazer, mas o desfecho foi desfavorável.
Com a colaboração de Paulo Esteves | Foto © IJF