EDITORIAL – Que las hay, las hay!
Existem candidaturas à Presidência da FPJ, mas os candidatos a delegados assobiam para o lado
Carlos Ribeiro – Editor
Existem regras nos processos eleitorais que deveriam ser respeitadas em nome da seriedade e da transparência. Uma relação honesta com os eleitores que serão futuramente representados na Assembleia Geral exigiria que todo e qualquer candidato a delegado revelasse, antes do ato eleitoral, o seu alinhamento com as candidaturas à Presidência da Federação Portuguesa de Judo que foram tornadas públicas.
Os candidatos a delegados apresentam-se aos potenciais eleitores e apelam ao voto para serem eleitos na base do seu currículo e do seu prestígio ou desportivo ou pessoal. Ninguém colocará em causa a dignidade e a qualidade das candidaturas que estão na praça pública. As referências às intenções de bem representar os grupos ou as classes em causa (atletas, treinadores, árbitros, etc.) são certamente sinceras e até muito coerentes. Isto apesar de alguns candidatos se apresentarem para representar os atletas quando são principalmente treinadores ou até treinadores que se candidatam para representar os praticantes.
Uma leitura rápida da lista de candidatos a delegados por região revela algo que salta à vista: os praticantes, entendidos como judocas que são apenas isso mesmo sem quaisquer outras responsabilidades na modalidade, estarão longe de ter representantes “genuínos” no coletivo dos 62. Os seus lugares (15) estarão ocupados por outras razões que não a representação direta de quem pratica judo nos clubes.
Mas a matéria mais relevante neste processo eleitoral radica no silêncio. No caso um silêncio que não é inocente. O alinhamento dos candidatos a delegados com os projetos de liderança da FPJ de Sérgio Pina, José Mário Cachada ou Jorge Fernandes parece não existir. Todos assobiam para o lado. Mas neste terreno como no caso das bruxas, que las hay, las hay!