23/01/2025

PARIS 2024 – A Arena Champ de Mars em questão

Faltam apenas algumas horas para que os Jogos arranquem pondo fim ao à ansiedade e ao habitual frenesim que marcam as derradeiras fases da preparação desportiva, mas também técnica e logística do evento.

Num mundo quase perfeito, cuja imagem é vendida pelos organizadores, não deveriam existir tensões ou dissonâncias na organização dos Jogos de Paris 2024. Mas a realidade não é essa. Afinal o “tudo está a funcionar à perfeição” não tem confirmação, pelo menos na opinião do Presidente da Federação Internacional de Judo, Marius Vizer, que veio esta manhã declarar, de forma inesperada, que o judo ficará muito mal servido com a realização da prova olímpica na Arena Champ de Mars.

Trata-se de uma estrutura efémera que substituiu nos últimos anos o Grand Palais durante as obras que estão a decorrer no monumento nacional estilo Beaux-Arts e característico da Escola de Belas Artes de Paris.

Marius Vizer, Crédit photo : AFP/Olympia De Maismont

Metade dos espetadores

Tudo indica que não será tanto a garantia da preparação adequada e da criação das condições habituais para que a prova se realize nos termos estabelecidos pela FIJ que estarão em causa. De Paris, as indicações que obtivemos das entidades organizadoras vão no sentido que “tudo estará a postos”.

Mas existem agora outros temas que emergiram através das declarações de Marius Vizer que remetem para o processo de negociação do caderno de encargos Judo-Jogos Olímpicosque previa vantagens diversas em compensação da não-realização em Bercy entretanto ocupado pela ginástica e pelo basquetebol.

De facto, não é fácil admitir, para quem realiza o Grand Slam em Bercy há anos com a presença de 14000 espetadores que vibram e fazem do judo uma festa coletiva, que a redução para metade dos presentes nas bancadas da Arena Champ de Mars seja benéfica se não houver compensações muito significativas. Ora tudo indica que esta matéria, de natureza mais política e negocial, será a razão da controvérsia e das declarações do Presidente da FIJ.

Uma coisa é certa, a ocasião escolhida para esta entrevista de Marius Vizer e a forma como foi realizada confirmam a cólera do dirigente austríaco que lidera com pulso de ferro os destinos do judo internacional relacionam-os, importa afirmá-lo, com diversas áreas de negócios que envolvem para além dos media e do turismo desportivo outros campos conexos com a indústria do desporto.

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