09/02/2025

Uma jornada de grandes emoções

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Todas os dias na Arena Champ de Mars poderão ser sempre melhores que os anteriores, mas este ficará para a história

Já percebemos que “a casa ir abaixo” vai ser uma invariável das jornadas de judo na Arena Champ de Mars até à prova das equipas mistas. Todos os dias dois atletas gauleses irão defender a bandeira tricolor “bleu, blanc, rouge” e não haverá nada a fazer: das bancadas recheadas de um público entusiasta irão sair sons de tambores, de trompetas, de pateado, de slogans gritados até à exaustão “Allez Walide c´est du Coca Cola” e aí por adiante, sempre que um judoca da casa subir ao tapete.

Adeptos japoneses festejam, no exterior do recinto, a vitória de Hifumi Abe na final dos -66kg

Mas que contornos teve esta jornada de tão específico?

A queda [momentânea) de uma estrela. Uta Abe foi eliminada ao ter perdido o seu segundo combate. Este acontecimento marcou a jornada pelo que teve de surpreendente e de dramático. Foram minutos sem fim, com aplausos e lágrimas pelo meio, que marcaram o ritmo e a organização da prova. Numa demonstração de tolerância inteligente os organizadores deixaram Paris 2024 estar com a estrela do judo feminino do Japão e não só.

A força do Brasil. Com Willian Lima na final dos -66kg e a conquistar a medalha de prata e com Larissa Pimenta [-52kg] a subir à terceira posição no pódio o país latino-americano surgiu como um dos vencedores da jornada.

Hifumi Abe um mágico. Talvez exista um judo específico denominado Hifumijudo. Uma coisa é certa trata-se de uma forma de praticar a modalidade em competição que parece beneficiar de novas dimensões da aerodinâmica ou seja do espaço e da velocidade. Hifumi Abe foi ontem coroado como um judoca especial em Paris.

Uma nova estrela. A vencedora do combate contra Uta Abe, Diyora Keldiyorova surge neste firmamento de campeões como uma nova referência. E não é por acaso que se tornou a nova campeã olímpica. Um percurso a acompanhar no futuro, mas que parece à primeira vista muito promissor.

Uta e Diyora

Uta Abe não é uma judoca qualquer. Os seus triunfos nas provas em que participa são arrancados com judo de qualidade. Não vence porque as outras não ganham. Vence porque o seu judo neutraliza as adversárias que investem o seu tempo de combate em antecipar as suas potenciais iniciativas e a procurar evitar a sua execução de técnicas relevantes e eficazes.

Não foi hoje o caso da atleta do Uzbequistão Diyora Keldiyorova que apesar de ter sido projetada e Uta ter pontuado wazari, a atleta futura campeã olímpica manteve o seu intuito de vencer e não apenas de resistir. Num contra-ataque inesperado para a judoca japonesa Diyora inverteu a direção oposta à do ataque da japonesa e conseguiu o desejado ippon.

Carlos Ribeiro em Paris, Paris 2024 Jogos Olímpicos

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