O diálogo seletivo

Associação do Algarve não foi tida nem achada na prova europeia de Portimão
A Taça Europeia de Seniores de Portimão está a passar completamente ao lado da Associação Distrital de Judo do Algarve. O interlocutor direto, local e operacional da organização da prova está a ser Judo Clube de Portimão que, por sua vez, realiza uma intermediação com as entidades do território que estão a apoiar a iniciativa, com destaque para a Câmara Municipal.

Portimão Arena ©Turismo do Algarve
A ADJA emitiu um comunicado no qual reclama da discriminação de que está a ser alvo e exige que sejam respeitadas as relações hierárquicas da estrutura organizativa e institucional do judo nacional.
De facto, não deixa de ser estranha a situação de uma prova internacional estar a ser preparada numa área territorial do país, na qual o judo está organizado, e a entidade distrital nem sequer ter sido contactada.
“A Associação Distrital de Judo do Algarve, é por delegação, a entidade regional/distrital que representa os clubes seus filiados, junto da Federação Portuguesa de Judo, bem como junto de outras entidades públicas ou privadas na região, tal como autarquias, juntas de freguesia e a própria Direção Regional do Instituto Português do Desporto e Juventude – IPDJ, em tudo o que seja matéria de defesa do plano de desenvolvimento regional do judo no distrito” esclarece a direção da ADJA que entende que o papel da federação deveria ser de mediação procurando construir consensos entre os clubes e as associações distritais quando surgem dificuldades entre eles.
A ADJA, nesse sentido, faz apelo ao sentido de responsabilidade da federação que não contacta nem comunica com ela sobre esta e sobre outras matérias. A associação distrital considera ainda que “o facto do próprio logotipo da Associação Distrital não ter sido colocado no cartaz da prova, é manifestamente grave”.
Por sua vez o Judo Clube de Portimão, que entende ter direito à escolha das atividades que realiza no âmbito da associação, na situação concreta da Taça Europeia de Seniores considerou uma oportunidade estar envolvido na organização de uma prova desta importância e acolheu de bom grado a parceria que foi lhe foi proposta. “Neste aspeto sentimos que a federação que se relaciona diretamente com os atletas quando os convoca para provas, estágios e outras atividades, pode e deve relacionar-se diretamente com os clubes. Agora no plano ético ou da cordialidade podemos admitir que poderia ter havido contacto entre as partes” comentou-nos Joaquim Baptista Presidente do Judo Clube de Portimão que não se pronuncia sobre as causas das dificuldades de relacionamento entre a Federação Portuguesa de Judo e a Associação de Judo do Distrito do Algarve. Independentemente da situação um pouco atribulada, há uns tempos, o clube sugeriu à Direção da Federação que também contactasse com a ADJA.
Destas situações pode-se depreender que as declarações sobre a pacificação do judo e sobre o “futuro harmonioso” na modalidade não colam com a realidade quando existem atitudes que não assentam em critérios institucionais, mas antes, e pelo contrário, em lógicas de confrontação permanente e eventualmente de arbitrariedade.