Começou a era Pina sem Grand Prix em Portugal

No calendário da FIJ já constava a ausência da prova no arranque do ano desportivo de 2025
Em janeiro, à cabeça das provas internacionais do Circuito Mundial do Judo, constava Portugal como primeiro grande desafio para judocas de todo o mundo, alguns deles inscritos no topo dos rankings das catorze categorias de peso da modalidade.

Bárbara Timo disputou a medalha de bronze em Odivelas na edição do Grand Prix de 2024
Em 2024 foram mais de 600 atletas e noventa países a participar na prova realizada em Odivelas. Combates inesquecíveis como a meia-final entre Tasoev e Bashaev em + 100kg e depois, na final, a vitória do campeão russo sobre Kim da República da Coreia. Em masculinos o bom desempenho de Saba Danelia que venceu Hristov, de Otari Kvantidze que só cedeu perante Butbull de Israel e de Miguel Gago que foi afastado por Najafov que conquistou prata na prova, todos venceram dois combates. Do lado feminino a disputa da meia –final e do bronze por Bárbara Timo em –63 kg e noutro plano a final entre duas atletas japonesas Miyaki e Yoshioka.
Os custos da desistência
Com a desistência de realização do Grand Prix em Portugal em janeiro 2025 os custos vão ser elevados. Sabe-se que a Federação Internacional de Judo não irá prescindir de cobrar uma parte significativa dos 250.000€ comprometidos com a FPJ, desde logo porque não existe uma prova substituta no calendário WJT que aliás só terá início com o Paris Grand Slam em 1 e 2 de fevereiro.
Por outro lado, para além das questões financeiras, a saída de Portugal do Circuito Mundial tem implicações na imagem e no prestígio do país em todos o mundo. Acresce que a leitura desta opção por parte dos parceiros que investem em publicidade no judo vai ser extremamente negativa a nível de receitas e investimentos publicitários futuros.
Redução da atividade
A decisão da Direção da FPJ de não realizar o Grand Prix de Portugal dá um sinal claro no sentido de uma redução de atividade opção de gestão que já esteve presente nas provas internacionais do final do ano de 2024.
Os cortes na participação em provas, na organização de eventos e no apoio à preparação de atletas estão aí, a bater à porta. A iniciativa de encontrar fontes de financiamento alternativos não está nos planos de Pina e dos restantes diretores da federação e o sentido que transpareceu, hoje depois da tomada de posse em Viseu, é de lamentar que o Estado, a tutela, não acompanhe a FPJ na resolução de problemas de gestão causados pelos dirigentes federativos nos últimos anos.
Descer à segunda divisão
O judo português, tudo o indica, vai descer à segunda divisão. Mas veremos no próximo Orçamento da FPJ, que já deve estar a ser elaborado, se esta tendência se confirma e se voltaremos a ver atletas nacionais e inscreverem-se em clubes de outros países europeus para manterem as condições necessárias para realizarem os seus projetos desportivos que precisam de ser preparados a médio e longo prazo.
Foto © IJF Sabau Gabriela