Os 33

EDITORIAL – Zonal de seniores, do Norte, foi disputado por apenas 33 atletas
Pelos vistos Aveiro, Viseu, Porto e Viana do Castelo só conseguem mobilizar 9 atletas femininos e 24 atletas masculinos para um zonal de seniores. O que é que este dado revela em relação ao judo nestes distritos e eventualmente noutros territórios do país? Os números são tão chocantes que vale a pena refletir sobre o caminho que está a ser trilhado.
Editorial | Carlos Valentim Ribeiro – Editor JM

A prova nacional de Equipas Seniores espelhou bem o estado em que se encontra a mobilização e o envolvimento dos clubes nas competições inscritas no calendário federativo. As participações são reduzidas e, ainda por cima, são colocadas exigências de deslocação a atletas, sem qualquer justificação plausível. Clubes de Lisboa e Coimbra tiveram que ir competir a Viseu, na edição de 2024, enquanto nenhuma equipa desse distrito compareceu, assim como das associações vizinhas.
Mas, tudo indica que a localização ou a proximidade geográfica não sejam a questão determinante para as fracas participações já que clubes da mesma zona, relativamente próximos uns dos outros, não conseguem mobilizar atletas, individualmente, para provas que proporcionam uma qualificação para o Campeonato Nacional [CNAS). Assim importará procurar causas e aprofundar o tema com todos os dados em cima da mesa.
A zona norte, que inclui o Porto, a segunda cidade do país e que envolve distritos como Aveiro, Viseu e Viana do Castelo só consegue colocar em cima do tapete 33 atletas para disputar um zonal de seniores, 9 femininos e 24 masculinos. O zonal realizado em Valença, com apenas uma área de competição e um tempo de duração excessivo, terá trazido à memória provas de uns tempos que todos admitiam já ter acabado.
Às tantas a ideia de regressar ao antigamente não está só a fazer um caminho preocupante na sociedade e na política portuguesa. Noutros terrenos, pelos vistas, a tentação também é grande.