Bowgym, mudar o paradigma
À PROCURA DA INOVAÇÃO – O belo alimenta o bem-estar
REPORTAGEM JUDO MAGAZINE – Texto e Fotos – CVR-JM
Uma nova abordagem ao judo está a dar lugar a uma experiência inovadora que João Pina e João Rodrigues estão a dinamizar com o projeto Bowgym. Trata-se de ampliar o conceito do caminho da suavidade que o judo comporta e estabelecer uma ponte segura com uma das grandes necessidades das sociedades modernas, o bem-estar.
O quadro que é oferecido a todo e qualquer praticante é simultaneamente um contexto, uma metodologia e um processo de socialização com características próprias.
O contexto assenta numa preocupação fundamental de conforto e de acessibilidade plena sendo missão do espaço que tem uma configuração única, desenhar as emoções que os exercícios irão libertar. Aqui todos os pormenores se conjugam para que quem chega se sinta bem. Há livros, café, música, espaços de leitura para os mais jovens. Desde as 7h30 da manhã até às 20h30 as portas estão abertas e a utilização dos serviços e a possibilidade de realizar atividades é sempre possível e negociável.
©CVR – JM
No campo metodológico privilegia-se uma relação co-construída baseada na cooperação e na autonomia. A progressão é estabelecida ao ritmo de cada um e de cada uma. Veja-se a título de exemplo que é possível contratualizar um programa de apoio e de acompanhamento para realizar um objetivo num prazo determinado. Será o caso para a meta de atingir uma determinada graduação num determinado prazo, com recurso a vários meios, humanos e tecnológicos.
Na circunstância a gestão do processo é principalmente assegurada pelo ou pela participante no programa. Os mecanismos de autocontrole e de autoavaliação estão assegurados. Estamos longe, nos processos de aprendizagem, dos mestres detentores exclusivos dos saberes e detentores de um poder absoluto sobre o aluno.
Para além da integração de várias atividades como, entre outras, o ioga, a ginástica específica, existem sessões baseadas nos gestos e movimentos do judo orientadas por profissionais com competências adequadas. As relações são muito informais e de são adaptados jogos e iniciativas cujo objetivo é incentivar a interação social. No tapete e fora dele.
O projeto está a fazer o seu percurso e a trilhar cominhos de inovação.
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Ouvimos algumas praticantes:
Cristina, Zé, Teresa e Margarida terminaram há pouco a sessão com João Rodrigues e no final colaboraram nas palmas intensas que o grupo produziu para festejar a sua própria alegria e boa disposição.
“É uma experiência. É diferente. Vais ser muito interessante para a coordenação e para a flexibilidade”
“O corpo aprende a cair e regista os movimentos. A ligação destes gestos com situações da vida quotidiana é evidente e particularmente útil. Eu faço jardinagem e esta preparação ajuda-me muito”
“Nunca fiz judo, mas acho interessante para descarregar energia. E temos que estar concentradas. Vamos lá ver quando é que iremos explorar as partes mais complicadas deste processo. Por agora está a ser muito positivo”
“Aqui não somos máquinas, como nos ginásios tradicionais, fazemos os exercícios juntos, mas à nossa maneira e sem preocupações com as observações externas. Fazemos para nós próprias”
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