09/02/2025

O judo faz parte das nossas vidas

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ALMA JUDOCA [FAMÍLIAS J] – Era uma vez uma família judoca

Damos início a uma nova abordagem na rubrica ALMA JUDOCA com enfoque nas famílias J, as famílias do judo. São pequenas histórias que no fundo retratam um microcosmos muito peculiar que revela um coletivo com uma paixão comum: o judo. As narrativas aqui produzidas são da sua autoria, nós só editamos.

Por Carla Picado Pombeiro

Carla e Pedro. Fomos dois jovens que vivemos na mesma cidade, Elvas. Ambos gostávamos de desporto. O Pedro desde os 8 anos que praticava judo. Foi um grande atleta e um orgulho para a cidade que noticiava muitos dos seus feitos. Já eu, Carla, mais nova, dedicava-me a outras modalidades como, entre outras, o atletismo e o futebol.

O Pedro seguiu o seu percurso académico e tornou-se professor de Educação Física lecionando pela primeira vez na escola onde ambos estudámos. Também já era mestre de judo no clube onde cresceu, o CRP da Boa-fé.  Os atletas do clube por vezes faziam demonstrações e divulgavam assim a modalidade. Então pensei que seria uma boa opção para o meu irmão, com apenas 6 aninhos, começar a praticar.

E assim foi…

Levava o meu irmão que tinha menos 14 anos que eu ao judo e assistia às maravilhas que o treino proporcionava. Havia respeito, aprendizagem, ética, divertimento, companheirismo e muito mais. Tudo isso me fascinou!

O Pedro não tardou em convidar-me para participar nos treinos e embora eu pensasse que seria tarde para começar, com o decorrer do tempo esse pensamento anulou-se pois no tatami senti-me acolhida por todos que me ensinaram o que era o judo, bem como, todos os valores intrínsecos à modalidade.

Criou-se uma grande amizade entre todos, o judo era sem dúvida uma nova família!

Embora não tenha chegado a fazer competição, acompanhava os judocas com o treinador Pedro. A nossa amizade e companheirismo cresceu, assim como o nosso amor.

Casámos e passados 4 anos nasceu a nossa primeira filha, a Inês.

Por alguns anos, por vicissitudes da vida, o judo ficou pendente nas nossas vidas, mas, as lembranças dos bons tempos que a modalidade nos deu, permaneciam.

A Inês e o desporto escolar

A Inês cresceu a ouvir histórias e peripécias do judo e talvez por isso tenha ficado entusiasmada em experimentar quando a modalidade foi proposta em contexto de desporto escolar. Começou com 8 anos e adorou. Era uma menina envergonhada que necessitava de autoestima e de se sentir capaz. O judo trouxe-lhe isso e muito mais.

Inscrevemo-la nos campos de férias da Escola de Judo Nuno Delgado e a partir daí nunca mais parou. Não só não parou como trouxe de novo o bichinho do judo.

A Escola de Judo Nuno Delgado acolheu-nos e voltámos a praticar Judo.

O nosso segundo filho, o Tomás, começou a praticar judo logo aos 3 anos de idade com a treinadora Filipa Cavalleri. Ele era muito engraçado e curioso.

Com o decorrer do tempo e passando por uma pandemia, fixámo-nos todos na Escola de Judo Nuno Delgado onde o Pedro se integrou como professor e tornou a dar aulas de judo.

A Inês enfrentou medos e angustias, participou em várias competições, ganhou e perdeu combates, viveu alegrias e frustrações, vivências que retém como aprendizagem. Conquistou medalhas mas as melhores são as medalhas das amizades que fez, da superação e dos valores para vida.

O Tomás gosta de aprender

O Tomás também já se iniciou em provas, está sempre desejoso por um novo desafio e testar as suas capacidades, gosta de ganhar mas sente-se incomodado se o adversário fica triste. Gosta de aprender é esforçado e dedicado.

O judo faz parte das nossas rotinas, das nossas conversas, enfim, faz parte das nossas vidas e termos esta paixão em comum faz com que sejamos uma família unida.

Nem sempre é fácil conciliar toda a logística que envolve a dedicação que queremos dar à modalidade, mas com vontade e com amor tudo se proporciona e se vai ajeitando.

Acredito que o judo ainda nos possa dar muitas alegrias e mais histórias para contar!

A família Pombeiro

SOBRE O AUTOR | Editor

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