Bora Rosa!

Indicações e gritos vindos das bancadas são provas de união e de vontade de vencer
Judo Magazine na Cidade dos Templários [2]
A bancada estava povoada de atletas, de sacos desportivos e de judogis que se acumulavam nos assentos vazios. Na retaguarda da fila onde me posicionei para tentar tirar umas fotografias numa posição lateral a agitação era visível e audível.
Bora Rosa! Foram os primeiros gritos de incentivo dirigidos para o tapete nº 1, ainda a atleta da Fundação dos Salesianos [Lisboa] estava a realizar a saudação inicial. Nos primeiros andamentos, com a luta pelas pegas a dominar a ação, na fila de trás gritava-se com convicção “Concentra-te, concentra-te!”. Depois de um primeiro ataque da adversária a indicação surgiu como lógica “Agora és tu! Cuidado com as pegas!” e todos os gestos e iniciativas da colega de clube, assim como os da adversária, mereciam orientações e propostas de agir, para vencer ou pelos menos, em determinadas situações, não perder.
A árbitra central ouvia, ou talvez não, as avaliações que disparavam da bancada como flechas “Falso ataque azul!!!”
E perante uma situação de imobilização “Bora lá Rosa, sai daí. Tu consegues, fecha. Aguenta! Boa” Agora faz a tua pega. Ataca tu agora! Pega lá em cima. Isso …é Yuko. Mas o que é que é isto? É falso ataque”.
O calor do combate justificava, a mistura de exclamações, de protestos e de orientações. Surgia então um apelo à concentração e à ação com um foco bem definido “Rosa, está na cabeça! Fecha. Bora lá! Ataca, pega lá em cima”.
E surgia a concordância Isso, tá bom. É isso mesmo. .
Rosa acabou por ultrapassar a sua adversária e seguir em frente. A festa foi curta nas bancadas, era preciso preparar a fase seguinte. A próxima a combater era a Bia, aquela que gritou sem limites Bora, Rosa! Ela sabe, mesmo se não conseguir ouvir, que desta vez vai ser a Rosa a gritar, para começar, Bora Bia!