O vento está a mudar

CADETES – O Nacional Individuais consolidou uma reformulação no topo do judo de formação
Judo Magazine em Mafra, 15 de março 2025 [1]
A repartição dos títulos nacionais individuais, no final da jornada de ontem em Mafra, revela que entrámos num novo ciclo no judo de formação em Portugal. Os resultados consolidaram uma nova configuração que afasta o tradicional domínio dos grandes clubes principalmente da capital e de Coimbra e que coloca em destaque novos protagonistas oriundos de vários pontos do território nacional.
Dos quinze títulos disputados no Pavilhão Desportivo Municipal de Mafra só encontramos campeões nacionais do SCP, do SAD, da AAC e do SUS na vertente feminina, sendo marcante o seu afastamento total e inequívoco dos títulos nacionais masculinos.
A Universidade Lusófona [com dois títulos, note-se] e o Ginásio Clube Português são, de entre os clubes com maior notoriedade, aqueles que acabam por marcar presença com as vitórias de David Silva, de Miguel Horta e Manuel Teles em –55 kg, -66 kg e – 73 kg. Os restantes primeiros lugares no pódio são legitimamente ocupados por clubes da Marinha Grande, de Tomar, de Mem Martins, de Valença e de Vila Nova de Gaia, em masculinos, e Alta de Lisboa e Porto, em femininos.
Nestes resultados é possível constatar confirmações sobretudo nas categorias de peso mais disputadas, sem deixar de valorizar os títulos nas outras, como é o caso do Afonso Reis da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais de Tomar e da Mariana Pereira da Associação Judo Foce do Porto.
Neste dinâmica de reforço da diversidade importa dar nota que clubes como o Sport Lisboa e Benfica, o Judo Clube do Pragal, o Judo Clube de Coimbra, o CNS- Construções Norte-Sul, o Judo Clube de Lisboa, a Escola de Judo Ana Hormigo e a Fundação Salesianos, entre os mais cotados, terão ficado aquém dos seus objetivos, tendo marcado no entanto uma presença relevante nas restantes posições da classificação.
Já no campo da afirmação crescente, para além dos clubes citados cujos atletas conquistaram títulos [SFGP-Tomar, JCVa – Viana do Castelo e ADJF-Porto], importa salientar a presença de clubes dos Açores, de Aveiro, de Leiria e do Porto para além dos emergentes de Lisboa como o Mem Martins, O CAAL – Atlético de Lisboa e o GRG- Gonçalvinhense.
Num plano mais global e tendo por referência a classificação geral importa salientar que nos 10 primeiros da tabela classificativa encontramos, em plena coabitação com emergentes, os clubes estruturais como a ULHT, a AAC, o SUS, o GCP, o SCP e o SAD o que implica relativizar a abordagem unicamente a partir dos títulos. Estes transmitem uma realidade particularmente interessante, mas não retiram a importância global no judo de formação dos clubes que reúnem uma relevante massa crítico do judo nacional.
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