A coabitação entre os diversos judos no mesmo espaço das provas desportivas humaniza a modalidade

Ninguém consegue ficar indiferente ao que acontece nos tatamis quando os protagonistas do judo paralímpico e das duas vertentes do judo adaptado, Síndroma Down e Deficiência Intelectual, lutam pelos seus objetivos com um empenho e uma dedicação cuja intensidade é difícil de avaliar do exterior.

A bondade e o carinho têm a sua estética. Não precisam dos fatores instituídos para a imagem estandardizada do chamado “judoca guerreiro” para despertarem emoções. Podemos até admitir que a estética de um certo desarranjo ou dissonância imagética facilita a adesão porque é o coração a decidir e não apenas os olhos, que já foram muito treinados para só ver o que deve ser visto. E sabemos que o coração prefere as tempestades espontâneas às bonanças programadas.

Uma prova desportiva que inclui, que se transforma num espaço eclético aberto a todos e que não se deixa condicionar pelas exigências da “competição- espetáculo” só pode ser valorizada e enaltecida. Os processos inclusivos têm esse mérito: enriquecem todas as partes que nele participam. Assim foi em Odivelas no passado fim-de-semana. Foi coisa boa!

Um caminho que vale a pena fazer juntos. A árbitra Carolina Costa acompanha uma atleta do judo adaptado.

Fotos © FPJ / Miguel Galhardas

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