Virámos a página e reconhecemos que o COP e a FPJ fazem tudo para nos apoiar
Atletas do judo, do projeto olímpico, no Fórum Nacional de Atletas
Rochele Nunes, Anri Egutidze, Rodrigo Lopes e Maria Siderot participaram na iniciativa que a Comissão de Atletas Olímpicos promoveu na sede do Comité Olímpico de Portugal, evento que juntou atletas de várias modalidades numa jornada de informação, debate, formação e sobretudo de preparação para uma eventual ou previsível participação no grande encontro do próximo ano: Paris 2024.
Para os atletas do judo presentes foi também ocasião para fazerem para o Judo Magazine um ponto de situação face às circunstâncias negativas que num passado recente envolveram a modalidade e que colocaram em cima da mesa a própria preparação olímpica dos principais competidores nacionais.
Rochele Nunes, Anri Egutidze, Rodrigo Lopes e Maria Siderot no Comité Olímpico de Portugal
Temos condições para atingir os nossos objetivos
Para Anri Egutidze as condições que estão criadas para o projeto olímpico do judo são perfeitas “O Comité Olímpico pensa muito nos atletas. Neste momento podemos adiantar que não existirá nenhum atleta do projeto a quem falte alguma coisa. Falamos das competições mas também dos estágios. O apoio médico está também presente. Temos tudo. Já falta pouco tempo e nós estamos a preparar-nos fisicamente, tecnicamente e também no plano psicológico que é muito importante. É um facto, o Comité Olímpico faz tudo por nós”.
Rochele.Nunes também se pronunciou sobre a sua situação face ao objetivo Paris 2024 “Mudámos o foco porque até agora a meta era conquistar a vaga, mas esta já está bastante consolidada. Agora é preciso trabalhar a pensar na medalha e sei que vai ser ainda com mais sofrimento e muita dedicação”.
Virámos a página
Sobre a situação mais geral do apoio aos atletas Rochele adiantou com muita clareza “Criticamos mas também sabemos elogiar. Compete-nos elogiar a Federação e o Comité Olímpico porque agora estamos focados nos Jogos Olímpico sem reservas. Virámos uma página porque, tendo ficado muito magoados com tudo aquilo que aconteceu, agora virámos essa página e estamos bem. Estamos focados no nosso trabalho e a Federação acompanha-nos nos nossos objetivos. Há talvez uma observação a fazer sobre os mais novos. Nós queremos deixar um legado e importa envolver essa camada de jovens em iniciativas concretas para que eles se inspirem nas nossas experiências. Não é uma crítica, antes pelo contrário é querer que se aproveite bem a dinâmica olímpica no judo, a todos os níveis” concluiu a atleta que certamente representará Portugal na categoria de peso de +78 kg em Paris.
Bronze em Perth foi importante
Rodrigo Lopes por sua vez focou a sua autoavaliação na prova realizada na Austrália onde conquistou a medalha de bronze “Foi uma competição muito importante, não só pelos pontos e pela medalha, mas sobretudo para a minha batalha interna, para a minha cabeça. Foi muito bom .e depois de um ano no qual não tive resultados muito positivos, que não foram por falta de treino ou de trabalho, pude verificar que estou no caminho certo e que tenho que continuar. Se prosseguir assim julgo que as coisas vão acabar por acontecer e que vai dar certo”.
Maria Siderot também nos confirmou que o seu otimismo é grande apesar de continuar à espera de uma espécie de clique que a faça ultrapassar algumas barreiras que a têm impedido de ir mais além “Toda a gente está à espera desse clique e eu própria também. Trabalho todos os dias com muita exigência em relação a mim própria. Por isso vou continuar a fazer o meu caminho. A minha batalha não é principalmente por estar nos Jogos. É acima de tudo lutar comigo própria e enfrentar as minhas lesões e outras dificuldades. Tenho todos os apoios. O COP e a Federação têm apoiado imenso. Estou a enfrentar uma pequena lesão mas acho que lidar com estas contrariedades faz-me crescer enquanto atleta e pessoa” adiantou a jovem atleta do Sporting neste quadro de balanço olímpico.
“Acima de tudo tenho que acreditar nos meus sonhos. Por vezes no nosso enquadramento há pessoas que acham que nós não vamos conseguir superar situações difíceis, como as lesões que nos impedem de treinar como seria necessário. Mas estas barreiras já me influenciaram mais no passado. Atualmente afeta-me muito pouco porque controlo melhor o meu valor e a minha capacidade de ultrapassar este tipo de limitações” reforçou Maria Siderot a sua abordagem às barreiras e às potencialidades de atletas que lutam por objetivos na esfera olímpica.
Diana Gomes na animação do Fórum Nacional de Atletas
Judocas são muito participativos
Para Diana Gomes, Presidente da Comissão de Atletas Olímpicos que esteve no centro da organização do Fórum Nacional de Atletas, os atletas do judo são particularmente participativos e colocam as suas experiências à disposição dos restantes participantes no Fórum
A propósito do evento, Diana Gomes salientou a importância da iniciativa para os atletas e o grande esforço que está a ser realizado para os apoiar “Nós queremos dar ferramentas que eles possam utilizar, antes, durante e depois do Jogos. Alguns atletas confessam que não conheciam muitas das referências práticas que já foram divulgadas e admitiram desde já que vão estar mais atentos a este tipo de questões de auto-organização” adiantou-nos a Presidente da Comissão de Atletas Olímpicos que fez ainda questão de referir que mesmo aqueles não estão no ativo podem dar o seu contributo e apoio aos restantes através das suas experiências.
A propósito dos atletas olímpicos, destaca-se aqui a Missão de Portugal para Paris 2024.