Abriram os dois primeiros “Dojos Solidários” em França

Uma Federação com uma estratégia de desenvolvimento inclusivo da modalidade

A pergunta que se pode fazer, que às tantas é quase elementar ao verificarmos que as apostas podem ser umas e não outras, é no fundo “Mas afinal para que serve uma Federação desportiva?”.

Uma federação para quê?

A Federação Francesa de Judo ao inaugurar os dois primeiros dojos solidários em dois bairros populares da cidade de Grigny com a presença do Presidente da Câmara e das instituições locais que cuidam da Igualdade de Oportunidades dá um sinal claro sobre o impacto desejado da sua campanha “1000 dojos solidários” até 2024. Nesta linha de atuação o lema “judo para todos” não surge como uma mera proclamação de intenções mas antes como um conjunto de realizações práticas que começam por resolver questões essenciais para os setores mais desprotegidos das populações locais tais como o acesso à prática desportiva cuidando da proximidade.

Que competências para a federação

Na verdade as competências de uma Federação Desportiva não se deveriam medir pela capacidade de organização de eventos (campeonatos, torneios, etc.). Nesse campo existem empresas e profissionais que realizam essas operações com grande qualidade. Já a relação territorial, a articulação com os ministérios e as escolas e o peso junto de potenciais financiadores para as iniciativas inclusivas, apoiando-se nos clubes locais e nas associações, exigem competências de natureza diversa com enfoque no desenvolvimento desportivo e social.

Ter atletas olímpicos e campeões com significativos resultados internacionais, a devolverem os apoios que lhes foram ou são concedidos pelo Estado, de uma forma generosa mas determinante para o sucesso de determinadas iniciativas, é também uma opção e uma questão de cultura cidadã.

Os dois dojos inaugurados no dia 20 de junho

Localizados em duas escolas de bairros prioritários da cidade, os dojos, inaugurados em nome e na presença de

Shirine Boukli, vice-campeã mundial e bicampeã europeia de judo e Thierry Marx, chef com estrela Michelin e cinto preto de judo,

beneficiaram de um financiamento de investimento conjunto da Agência Nacional do Desporto (80%) e France Judo (20%). Os jovens locais passam assim a ter instalações adequadas, horários estabelecidos e uma deslocação com tempos muito reduzidos para as famílias que assim podem acompanham os seus filhos.

Em Grigny, os dois dojos escolares vão assim permitir a constituição de um núcleo escolar de judo e o desenvolvimento de atividades extracurriculares.

Judo para todos

O programa de 1.000 DOJOS, apoiado por ANS, ANCT, Banque des Territoires, Impact 2024, Crédit Agricole e Renault, France Judo está a levar á prática o ambicioso projeto de criar 1.000 novos dojos até 2024. Localizados em bairros prioritários, esses dojos serão locais onde se praticam as atividades da Federação Francesa de Judo, mas também locais de convívio comunitária onde serão disponibilizados apoio escolar e atividades culturais.

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