A atleta de Tomar repete, um ano depois, a proeza do bronze em Tel Aviv

Patrícia está forte. A dinâmica competitiva é intensa e orientada para a vitória. Como nos revela a sua corrida para a área central do tapete, quando o árbitro ou a árbitra abre os braços e declara sem o dizer, “vamos lá, avancem, está na hora!”.

Corre. Uns metros, poucos, mas que são suficientes para que ela própria se inspire no élan da corrida. Sabe ao que vai. A saudação inicial seria dispensável naquele momento porque na sua cabeça ecoa o comando “vamos lá ao que interessa”. Mas o ritual impõe-se e respeita-se e já agora dá tempo para levantar a cabeça e olhar a adversária de frente. Olhos nos olhos.

Pedro Soares, presente!

Como todos os atletas Patrícia tem fases nos combates nos quais revela alguma fragilidade. Mas são curtos e rapidamente superados. Contra Wagner, a número 2 do ranking mundial, a sinfonia foi completa. Não houve tempos mortos e o resultado está à vista, quem ficou para trás foi a atleta germânica.

Nos combates seguintes notou-se uma forte influência vinda do banco, Pedro Soares muito proativo e exemplificador surgiu como uma energia suplementar. Uma coisa é certa foi em algumas mudanças de direção que a atleta colocou em risco as suas adversárias e acabou por vencer. A fórmula só não funcionou com Umeki, a japonesa que não desiste de técnicas como Uchi-mata e que acabou por conquistar a outra medalha de bronze depois de ter perdido na meia-final contra a francesa Malonga.

Patrícia Sampaio reserva-nos algumas surpresas nu futuro imediato. Pena é não sabermos ao certo quais serão!

Fonseca aquém do esperado

Jorge Fonseca e Paltchik (ISR) no final do combate

Jorge Fonseca não compareceu para disputar o combate da repescagem que lhe permitiria disputar a medalha de bronze e foi o seu adversário brasileiro, Leonardo Gonçalves, que seguiu em frente e acabou mesmo por levar o bronze para o Brasil depois de ultrapassar o italiano Pirelli.

No combate decisivo dos quartos-de-final contra o israelita Paltchik Fonseca não encontrou soluções para um adversário que o conhece melhor que bem. Forte e muito concentrado, o israelita jogou tudo no desgaste físico do atleta luso e utilizou as suas energias finais, num Golden Score longo, para provocar situações nas quais Jorge Fonseca poderia errar. O judo explosivo do ex-campeão do mundo não teve nestas circunstâncias possibilidades de se exprimir e Fonseca saiu de cena, lesionado, mas sobretudo certamente desiludido por não ter conseguido dar a volta à tática seguida pelo atleta de Israel que foi derrotado na disputa do bronze pelo canadiano Reyes.

Tel Aviv fechou portas para os portugueses com a conquista do 5º lugar por parte de Rochele Nunes que perdeu o combate decisivo para a medalha de bronze contra a neerlandesa Kaven Stevenson que venceu Rochele depois desta ter sido desclassificada.

Fotos IJF ©

SOBRE O AUTOR | Editor

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *