TRIBUNA JM | Formação, “puxar-se” de livros, de artigos e de memórias, mas nunca de “receitas”…

JUDO MAGAZINE | 29 de dezembro 2020 | Tribuna JM|Editado

José Mário Cachada convida-nos para um um exercício de meta-formação, pertinente no tempo e no modo. Afinal para que serve a formação? Que sentido tem, se não estiver ligada de forma umbilical ao desenvolvimento e aos ciclos estruturantes das competências? A formação a pensar sobre si própria, eis um convite irrecusável quando olhamos para o ano 2021 como um cenário de grandes desafios e oportunidades. CR, JUDO Magazine

Mais e melhor (in)formação…

por José Mário Cachada

Desafiou-me a Judo Magazine, através do seu mentor, Carlos Ribeiro, companheiro judoca de muitos anos, a refletir, um pouco, sobre as questões da formação.

Como ponto de partida para a presente reflexão, diria que, foram muitas as formações, em plena pandemia, ou por causa dela, promovidas, quer por entidades públicas, quer por entidades privadas. Ganharam os treinadores e, consequentemente, os “seus” atletas.

Os espaços formativos

No que me diz respeito, frequentei inúmeras vezes, esses “espaços formativos”, “espaços” nos quais foram abordadas as questões da transcendência, da dimensão ética e estética do desporto, das pessoas com deficiência(s), do desporto para todos e do desporto como um direito de todos, apenas a título de exemplo.

Tratou-se, “aí”, de igual modo, das questões da teoria e da prática. A minha “prática” (perdoem-me a expressão), enquanto treinador, faz-me acreditar que a teoria “decorre” da prática. Acredito, mesmo, no âmbito do ensino da “minha” modalidade, numa aprendizagem a partir de situações-problema. Sei que não estou só nesse “caminho”. Defendi-o, ainda há bem pouco tempo, quiçá desde sempre…

Natureza e implicações da formação

Mas, “aqui” e agora, sem grande pretensiosismo, até porque, “aqui”, sou um “aprendiz” de escritor, “olho” para o futuro e “atrevo-me” a sugerir que, num próximo “espaço formativo”, seja abordada a questão da própria formação, bem como a questão do seu significado. Abordar-se, por exemplo, a natureza da formação, assim como as suas implicações – seja ela formação inicial ou ao longo da vida. Proceder-se, por exemplo, a uma análise crítica da formação de treinadores. Abordar-se a questão da formação rejeitando a ideia de que se trata de uma (simples) questão de adestramento e de transmissão (ou mesmo aquisição) de conhecimentos. Abordar-se, ainda, a questão da unidade dialética no que diz respeito à formação inicial e à formação ao longo da vida, ou seja, à formação contínua.

No fundo, abordar-se a questão da unidade dialética entre a formação e o desporto, sobretudo, a propósito da abrangência do conhecimento em detrimento da especialização (se assim se pode dizer) numa área demasiado específica.

“Puxar-se” de livros, de artigos e de memórias, mas nunca de “receitas”…

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