A festa acabou e os azeris dominaram em toda a linha

Emoção nas bancadas e muito apoio à seleção nacional de cadetes

Equipa mista de cadetes de Portugal

Um país com 10 milhões de habitantes, o Azerbaijão, veio a Lisboa impor o seu domínio no judo europeu do escalão cadetes e fê-lo de forma segura, quase natural e com uma marca notória: um sentido coletivo muito forte. Classificaram-se em primeiro lugar na prova individual, com 6 medalhas de ouro e 3 de bronze e venceram a prova de equipas mistas derrotando a França na final por 4-3.

Não foram só os azeris que demonstraram um verdadeiro espírito de união. Na prova de equipas mistas veio ao de cima o sentido do coletivo nas 16 seleções que disputam a prova e para além de judo nos tapetes houve festa nas bancadas.

Quando os atletas lusos enfrentaram os seus adversários, quer contra a Grécia, quer contra a França e ainda contra a Lituânia na repescagem o ambiente em Odivelas tornou-se contagiante. Foram momentos de entusiasmo que ficam para além dos resultados desportivos.

Não seria justo destacar este ou aquele atleta na prova de equipas e mais do que a atleta em causa é a situação que merece destaque. O combate entre Maria Silveira e a francesa Emmy Gallaudec, a gaulesa da categoria de peso superior à da atleta algesina, era decisivo para as aspirações da seleção portuguesa de continuar em prova. O combate prolongou-se pelo Golden Score e eternizou-se pondo à prova a paciência e os nervos já frágeis dos espectadores. Foram os pequenos pormenores que desempataram e decidiram a vitória para o lado tricolor, mas viveram-se momentos de emoção e de ansiedade nas bancadas do Multiusos de Odivelas a puxar pela equipa mista portuguesa..

Espera-se agora que a experiência destes 4 dias forneça algumas lições sobretudo no plano desportivo mas também sobre a qualidade do judo que é praticado, quer nos restantes países, quer em Portugal , Espera-se que quem tem que produzir reflexão sobre estas situações de nível elevado tenha a coragem de não se ficar pela avaliação sensacionalista das medalhas conquistadas. O oito e o oitenta, as medalhas conquistadas por um lado e a ausência sistemática de vitórias por outro exigem uma leitura não-propagandística dos resultados, para que as melhorias possam efetivamente ocorrer no futuro.

Odivelas, Judo Magazine, 25 de junho 2023

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