Mistas
OS JOGOS NO DIA-A-DIA | Tóquio 2020
As equipas mistas são a grande novidade dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Não o são totalmente na medida em que algumas modalidades, como é o caso do ténis, as apresentam estruturalmente nas suas provas. Mas a nota de destaque vai para um alargamento que pode significar uma mudança de paradigma na organização da prática desportiva se o élan prosseguir e contaminar o conjunto das modalidades olímpicas.
A sua presença no atletismo (estafetas) e no judo abrem um novo horizonte para uma relação mais coletiva e mais igualitária da prática desportiva e consequentemente tornam a igualdade género mais efetiva na estrutura das próprias modalidades.
Um êxito assinalável
Podemos afirmar que a experiência vivida no Torneio Olímpico com a jornada das equipas mistas de judo logo a seguir às provas individuais nas 7 categorias de peso foi um êxito. Um êxito assinalável, diga-se. Neste plano competitivo de grande exigência verificou-se que em ambas as partes, masculinos e femininos, o judo tem por um lado uma dimensão universal e por outro um conjunto de especificidades marcadas pelo género. A sua integração num dinâmica competitiva única torna-se particularmente enriquecedora.
A par dos aspetos desportivos ficou o registo de uma grande afetividade, uma vivência de comunidade real entre homens e mulheres que, podendo ter existência nas equipas com os apoios de bancada e de incentivos mútuos permanentes, ganhou aqui uma nova expressão e dimensão.
A prova final
A prova final do judo em Tóquio 2020 contou com a participação de 12 países e de 138 atletas.
As seis categorias de peso que estruturaram as equipas ( Masculinos: -73kg, -90kg e +90K / Femininos: -57kg, -70kg e +70kg) levaram a composições com forte diversidade e até com uma recuperação do espírito do “todas as categorias” inicial que colocava atletas das categorias de peso leves face a pesos pesados e ultra.pesados.
No acesso aos blocos finais o Japão ultrapassou a Alemanha, o ROC (Comité Olímpico Russo) a Mongólia, a França venceu Israel, os Países Baixos derrotaram o Brasil-
Na disputa das medalhas a Alemanha venceu os Países Baixos para o bronze e Israel levou de vencida o ROC.
França-Japão
A final, entre França e Japão ficará nos registos da história do judo como uma confrontação de emoções fortes e de grande qualidade competitiva.
Alguns combates foram marcados por desfechos totalmente inesperados apesar dos atletas em presença serem tendencialmente vencedores antecipados. Neste plano a vitória de Cysique sobre Yoshida constituiu uma autêntica reviravolta nas previsões e no caminho seguro e vitorioso que os japoneses pensaram que iriam percorrer.
Vitória histórica da França por 4-1.